30 maio 2015

Táticas de Salvamento e comportamento diante de emergências no interior de uma aeronave (avião) - Ventilação de aeronave - Combate à incêndio e proteção das rotas de fuga A, B, C, D - Recomendações para evacuação e salvamento - Membros da tripulação - Equipe de Bombeiros - Evacuação - Saídas de emergência e rotas de fuga - Manete de abertura externa das portas principais - manete de abertura externa dos porões - Saída de Emergência - Manete de abertura externa das portas de serviço - Abertura externa da janela direita dos Pilotos - Escorregadeiras (CUIDADO) - MANUAL DE SALVAMENTO E COMBATE A INCÊNDIO EM AERONAVES


Táticas de Salvamento

Antes de se fazer a descrição das táticas que devem ser empregadas nas operações de salvamento, após a ocorrência de um acidente aeronáutico, é necessário, primeiramente, identificar as tarefas que deverão ser executadas.

Em primeiro lugar, o termo salvamento compreende, também, a proteção das rotas de fuga que serão utilizadas pelos ocupantes da aeronave no intuito de abandoná-la.

As atividades desenvolvidas na área externa do avião podem compreender os esforços no combate às chamas, a aplicação de espuma sobre um eventual derramamento de combustível, a assistência para facilitar a utilização eficiente dos equipamentos de evacuação e de emergência existentes a bordo, a iluminação, quando ela permitir acelerar o abandono da aeronave, e a reunião dos seus ocupantes em uma zona segura.

É evidente que durante essa fase não se deve entrar na aeronave pelas mesmas vias que estão sendo usadas pelos ocupantes em fuga. É igualmente óbvio que toda a operação de salvamento não poderá ser executada, eficientemente, quando houver uma situação de incêndio que esteja pondo em risco todo o pessoal, incluindo os ocupantes da aeronave e os bombeiros encarregados das operações de salvamento. Por essa razão, torna-se, às vezes, essencial iniciar o combate ao fogo antes mesmo de se tentar efetuar o salvamento.

Em segundo lugar, o salvamento dos ocupantes da aeronave que estejam impossibilitados de abandoná-la por seus próprios meios torna-se uma tarefa árdua para aqueles que estão encarregados do socorro, pois implica esforço físico redobrado e o uso de equipamentos e de pessoal distintos daqueles previstos, inicialmente, para as operações de salvamento e extinção de incêndios. Assim, podem prestar grande ajuda os médicos que se dirigirem ao local do sinistro, o pessoal do CVE e os técnicos das linhas aéreas.

Durante essa fase, será absolutamente indispensável assegurar a proteção contra o incêndio, tanto dentro como fora da aeronave, o que poderá exigir uma nova aplicação de espuma sobre o combustível derramado, caso isso tenha ocorrido.

Pode também ser necessário iniciar os processos de ventilação, para assegurar uma atmosfera respirável no interior da fuselagem, assegurando uma proteção localizada contra o incêndio, para a execução das operações de salvamento que requeiram o emprego de ferramentas manuais ou mecânicas.

As atividades na área do incêndio devem ser coordenadas por meio de um sistema de comunicações seguro e eficaz, a fim de garantir que todos os participantes da operação sejam empregados eficientemente, que estes estejam contando com todos os recursos disponíveis e os ocupantes da aeronave sejam conduzidos de forma rápida e segura para um local protegido.

Do acima exposto, deduz-se que as operações de salvamento e combate a incêndios devem ser conduzidas simultaneamente, pois, nos acidentes aeronáuticos em que inicialmente não se apresentava qualquer indício de um incêndio, este pode ocorrer de forma repentina e de conseqüências desastrosas. Os primeiros CCI a chegarem ao local do acidente deverão se dedicar a aplicar, de forma preventiva, uma camada de espuma sobre a área em que haja ocorrido um derramamento de combustível, mesmo que esta operação tenha de ser feita de forma simultânea com a liberação de outras áreas destinadas a facilitar a evacuação dos ocupantes. 

Uma proteção adicional deve ser prevista no momento em que são abertas as portas ou as janelas da aeronave, para a entrada dos bombeiros ou para a evacuação dos ocupantes, a fim de evitar-se a propagação das chamas para o interior do avião e ainda proteger as vias de fuga, no caso de surgir um incêndio.

A guarnição do primeiro CCI deve ser composta de um número suficiente de bombeiros, para que seja possível um eficiente combate ao fogo, bem como um pronto início nos trabalhos de evacuação.


A experiência operacional tem indicado que existem três tarefas básicas a serem consideradas quando o incêndio, na área crítica, estiver dominado. Estas tarefas são:

- Entrada da equipe de salvamento na aeronave, normalmente composta por dois profissionais, para auxiliar os ocupantes do avião. Esses bombeiros deverão dispor de recursos para o resgate de pessoas feridas, ter pleno conhecimento de “primeiros socorros” e serem treinados para atuarem em equipe ou individualmente;

- Devem-se conduzir para o interior da aeronave os equipamentos de combate a incêndio, para que se possa dar início ao combate dos pequenos focos;

- Proporcionar iluminação e ventilação no interior da aeronave.




Essas três tarefas não foram relacionadas em ordem de prioridade, pois, se ocorrer um incêndio no interior da aeronave, será necessário, primeiramente, dominá-lo, antes de se começar qualquer outra operação. Se não houver mais incêndio, mas os materiais de acabamento do interior da aeronave começar a se decompor por ação do calor residual, esse processo poderá ser interrompido, mediante o emprego de água na forma de neblina, além de ser necessário ventilar-se a cabina, pelos métodos naturais ou artificiais, a fim de tornar o ar mais respirável.






Recomendações para evacuação e salvamento

Durante um acidente ou incidente aeronáutico, todos os esforços dos membros da tripulação visam a propiciar a maior segurança possível a todos os ocupantes da aeronave. Quando esse incidente ocorre em vôo, o comandante da aeronave revelará, provavelmente, a natureza da emergência, assim como um plano para enfrentar o problema.

Em virtude de disposições legais sobre a aviação internacional, os pilotos são obrigados a conhecer os regulamentos e procedimentos a serem adotados nos casos de emergência. Além disso, todos os membros da tripulação estão preparados para executarem os procedimentos de evacuação, pois conhecem a aeronave e recebem treinamentos intensivos e periódicos nesse sentido.

Esses procedimentos devem ser atribuídos à equipe de bombeiros, caso a tripulação esteja incapacitada para executá-los. Sempre que possível, a assistência à evacuação e ao salvamento devem ser executadas através das portas regulares e pelas janelas. Quando isso não for possível, deve-se tentar o arrombamento.

Os membros das tripulações devem confiar em seus próprios meios, empregando as escorregadeiras, cabos existentes na aeronave, etc. No entanto, as equipes de emergência do aeroporto devem contar com escadas, pois estas poderão ser necessárias quando os equipamentos da aeronave tiverem sofrido quaisquer avarias ou não puderem funcionar ou quando for necessário fazer a evacuação a partir do bordo de ataque da asa.

As tripulações são instruídas na utilização das escorregadeiras para a evacuação de emergência. Essas escorregadeiras são colocadas nas portas de saída normal e de emergência, com o fim de facilitar uma rápida retirada dos passageiros. Nos casos em que se dispõem desses acessórios para a evacuação dos ocupantes da aeronave, e se eles estão sendo utilizados quando chegam os bombeiros, não se deve desprezá-los, a menos que tenham sofrido algum dano, devido ao uso ou ao incêndio. Ocorrendo esta última hipótese, deve-se por em serviço as escadas de emergência, que são levadas pelos próprios bombeiros.

Com as escorregadeiras de emergência, conseguir-se-á uma evacuação muito mais rápida do que com os tipos clássicos de escadas; por isso, elas devem ser priorizadas na hora do atendimento de uma ocorrência que envolva uma aeronave. Nesse caso, os bombeiros devem permanecer na extremidade inferior das escorregadeiras, para ajudar os passageiros a se levantarem e acompanhá-los a um lugar seguro.

Os passageiros que utilizarem as saídas de emergência localizadas sobre as asas normalmente buscarão chegar ao solo escorregando-se pelo bordo de fuga da asa ou pelos flaps. Nesse ínterim, é importante prestar-lhes ajuda, para evitar que lesionem as pernas; em seguida, conduzi-los a um local seguro.

As responsabilidades dos membros da tripulação e dos bombeiros devem estar claramente definidas em todas as circunstâncias. A preocupação principal está centrada na segurança das pessoas a bordo da aeronave. Em muitos casos, isso requererá procedimentos de evacuação de emergência. As obrigações e responsabilidades podem ser assim definidas:

Membros da tripulação - Como as condições e os meios diferem muito na maioria dos aeroportos, os membros da tripulação devem ser os principais responsáveis pela aeronave e pelos seus ocupantes. A decisão final sobre o abandono da aeronave e a maneira como ele será feito cabe aos membros da tripulação, quando estes estejam exercendo normalmente as suas funções.

Equipe de bombeiros - A sua obrigação e responsabilidade será a de ajudar, no que for possível, os membros da tripulação. Como a visibilidade dos membros da tripulação é limitada, os bombeiros devem fazer uma avaliação imediata da parte externa da aeronave e informar os tripulantes sobre as condições observadas. Aos bombeiros cabe a proteção de toda a operação. No caso de a tripulação estar impedida, por qualquer motivo, de desempenhar as suas funções normais, os bombeiros serão os responsáveis pelo início das medidas que sejam necessárias.


Evacuação

Conforme acima mencionado, a decisão definitiva sobre o abandono da aeronave, pelos seus ocupantes, cabe à sua tripulação, e os bombeiros atuam de acordo com as instruções dela emanadas. Como é muito difícil para os bombeiros conhecerem completamente todos os tipos de aeronaves, e os membros da tripulação passam por períodos intensivos de instrução em matéria de procedimentos de emergência, estes estão em condições mais favoráveis para tomar decisões quanto à evacuação de uma aeronave.



A maioria das aeronaves está dotada de equipamentos de evacuação de emergência, e a tripulação deve estar preparada para empregá-los adequadamente. Alguns serviços de salvamento e contra-incêndio de aeroportos dispõem de escadas para uma evacuação de emergência. Em tais casos, deve-se informar os membros da tripulação de que estas escadas estão disponíveis. No caso de utilizarem-se as escorregadeiras, estas não devem ser desprezadas como meio de fuga, a menos que estejam avariadas. Quando as escorregadeiras não tenham sido colocadas em sua posição para utilização ou tenham sofrido qualquer avaria, devem-se então utilizar as escadas de emergência. Estas poderão ser empregadas nos casos em que os passageiros tenham saído pelas escotilhas localizadas sobre as asas, onde a altura até o solo é normalmente grande.


EVACUAÇÃO



A localização das janelas de emergência varia. Podem ser identificadas pelo contorno da junta entre a abertura e a fuselagem e pelas marcas dos dispositivos de abertura similares aos que estão ilustrados.


Devem ser verificadas as características específicas da aeronave ( Algumas janelas de emergência tem cordas para facilitar a evacuação):


Manete de abertura externa das portas principais

1- Puxar a manete
2- Girar a manete no sentido dos ponteiros do relógio
3- Puxar a porta para fora


Manete de abertura externa dos porões

1- Empurrar o FLAPE
2- Puxar a manete para fora
3- Girar no sentido inverso dos ponteiros do relógio
4- Empurrar a porta para dentro


Saída de Emergência

1- Empurras o retângulo para dentro
2- Empurrar a janela para dentro e levantar


Manete de abertura externa das portas de serviço

1- Puxar a manete para fora
2- Girar no sentido inverso aos ponteiros do relógio
3- Puxar a manete para fora


Abertura externa da janela direita dos pilotos

1- Empurrar o painel de acesso para dentro
2- Puxar a manete com firmeza para fora


Ao abrir as portas por fora CUIDADO com o acionamento das escorregadeiras.


Os pontos normais de evacuação de uma aeronave são as suas janelas sobre as asas e as portas disponíveis. No entanto, a utilização das saídas sobre as asas apresenta certos riscos, caso a aeronave esteja em sua posição normal, com o trem de pouso abaixado.

A distância desde a superfície das asas até o solo pode ser excessiva e causar lesões graves nas pessoas que pretendam saltar. A evacuação pelo bordo de ataque de uma asa apenas deve ser considerada quando o fogo impedir a descida pelo bordo de fuga. Não sendo um fator decisivo para a proteção da vida humana, recomenda-se que as pessoas utilizem as portas da aeronave que estejam equipadas com escadas ou escorregadeiras de emergência.

Estando uma aeronave em emergência, os membros da tripulação devem transmitir todas as informações relacionadas com as operações de salvamento e combate a incêndios ao controle de tráfego aéreo, e este aos bombeiros. Essas informações devem incluir detalhes acerca das quantidades de combustível a bordo, número de pessoas, configuração da cabina, distribuição dos passageiros, passageiros inválidos ou qualquer outro pormenor que seja de interesse das equipes de socorro.


A comunicação direta deve ser efetuada por meio de um sistema que assegure confiabilidade e clareza, mediante a utilização de um ou mais dos seguintes meios:

- Equipamentos de rádio que operem em um número razoável de freqüências apropriadas;

- Sistema “intercom”, existente na maioria das aeronaves, que consiste em uma instalação dotada de tomadas, geralmente localizada na parte dianteira da aeronave, ao lado da porta de entrada, onde devem ser conectados os fones de ouvido e microfones da equipe de salvamento. Nos casos em que os motores da aeronave estejam em funcionamento e impossibilitem, pelo barulho, a comunicação via rádio, o sistema “intercom” constitui-se em uma alternativa adequada;

- Amplificadores portáteis, que devem ser utilizados por um bombeiro posicionado ao lado esquerdo do nariz da aeronave, quando não for possível a utilização de outros meios.



As equipes de Salvamento devem assegurar-se de que a aeronave foi devidamente aterrada, portanto descarregada de eletricidade estática excessiva, antes de entrar em contato com ela.



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