14 setembro 2014

Parto - Anatomia da Mulher grávida - Feto - Útero - Colo Uterino - Vagina - Saco Amniótico - Placenta - Cordão umbilical - Aborto - Pré-maturo - A termo - Pós-maturo - Fases do parto (dilatação, expulsão, dequitação) - Sinais e sintomas indicativos de expulsão próxima - Condutas durante o parto - Entrevista com a Mãe - Parto iminente - Posicionamento da parturiente para o parto - Colocação de campos - Proteção do períneo - Apoio da cabeça do bebê - Movimentação para liberação dos ombros do bebê - Atendimento ao recém-nascido - Estímulos à respiração - Corte do cordão umbilical - Atendimento da Mãe - Expulsão da placenta - Complicação do parto e seu tratamento - Apresentação pélvica - Tratamento pré-hospitalar - Posição genopitoral - Prolapso de cordão umbilical - Parto múltiplo - Parto pré-maturo - Hemorragia excessiva - Tratamento pré-hospitalar - Banner Caminhando para o parto normal, mostra diversas posições e cuidados

PARTO

Expulsão do feto viável por meio das vias genitais ou a extração por meios cirúrgicos.


ANATOMIA DA MULHER GRÁVIDA



Feto
Ser que está se desenvolvendo e crescendo dentro do útero, após a 8ª semana de gestação.

Útero
Órgão muscular que se contrai durante o trabalho de parto, expulsando o feto.

Colo uterino
Extremidade inferior do útero, que se dilata permitindo que o feto entre na vagina.

Vagina
Canal por onde o feto é conduzido para o nascimento.

Saco amniótico
Membrana que se forma no interior do útero e envolve o feto e o líquido amniótico.

Líquido amniótico
Líquido presente no saco amniótico, com a função de manter a temperatura do feto e protegê-lo de impactos. Sua cor normal é clara, quando ocorre o sofrimento fetal este torna-se esverdeado, pela presença do mecônio, que é a primeira matéria fecal do bebê.

Placenta
Órgão formado durante a gravidez constituída por tecido materno e do concepto, permitindo a troca de nutrientes entre a mãe e feto. Normalmente expelida ao final do trabalho de parto. Pesa, aproximadamente, 500g, na gravidez a termo.

Cordão umbilical
Estrutura constituída por vasos sanguíneos (duas artérias e uma veia) por meio da qual o feto se une à placenta, seu comprimento é, em média, 55cm.

Aborto
Expulsão do feto com menos de 500g ou menos de 20 semanas de gestação.

Pré-maturo
Bebê com menos de 37 semanas completas de gestação ou pesando menos de 2.500g, independentemente da idade gestacional.

A termo
De 37 semanas completas de gestação até menos de 42 semanas completas de gestação.

Pós-maturo
A partir de 42 semanas completas de gestação.


Fases do trabalho de parto

Primeira fase (dilatação)
A dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em que o feto entra no canal de parto.

Segunda fase (expulsão)
A partir do momento em que o feto está no canal de parto até o nascimento do bebê.

Terceira fase (dequitação)
Após o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 a 20 minutos).


Sinais e sintomas indicativos de expulsão próxima

1. Sangramento ou presença de secreções pelo rompimento do saco amniótico.

2. Freqüência das contrações, abaixo de 5 minutos com duração de 30 segundos a 50 segundos.

3. Abaulamento da vulva.



4. Apresentação da cabeça do feto.



5. Necessidade freqüente de urinar e/ou defecar.


Condutas durante o parto

Observação: antes de efetuar qualquer procedimento, o socorrista deverá realizar uma entrevista com a parturiente, extraindo o maior número de dados possíveis.


Entrevista:

- Pergunte o nome e idade da mãe;

- Pergunte se realizou o exame pré-natal;

- Pergunte se é o primeiro filho (se for primípara, o trabalho de parto demorará cerca de 16 horas. O tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subsequente);

- Pergunte se há indicação de parto gemelar (múltiplo);

- Pergunte a que horas se iniciaram as contrações (cheque e anote a frequência e duração);

- Pergunte se já houve a ruptura do saco amniótico, e observe o aspecto do líquido;

- Pergunte se sente vontade de defecar e/ou urinar;

- Pergunte o tempo de gestação;

- Pergunte se a gestante faz uso de drogas.

Observação: se, após a entrevista, o socorrista avaliar que o parto não é iminente, deverá proceder o transporte da parturiente.


Parto iminente

1. Assegure a privacidade da parturiente, escolha um local apropriado.

2. Explique à mãe o que fará e como irá fazê-lo. Procure tranqüilizá-la informando que o que está acontecendo é normal. Peça para que, após cada contração, relaxe, pois isso facilitará o nascimento.

3. Posicione a parturiente para o parto, peça-lhe para que retire a roupa íntima, deite-a em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem separados, e os pés apoiados. sobre a superfície que está deitada).

Posicionamento da parturiente para o parto

4. Coloque uma almofada debaixo da cabeça da mãe para observar os seus movimentos respiratórios.

5. Prepare o kit obstétrico e seu EPI, mantenha todo material necessário à mão.

6. Disponha adequadamente os campos, lençóis ou toalhas limpas abaixo das nádegas, abaixo da abertura vaginal, sobre ambos os joelhos e sobre o abdômen.

Colocação dos campos

7. Sinta as contrações colocando a palma da mão sobre o abdômen da paciente, acima do umbigo.

8. Posicione-se de forma a poder observar o canal vaginal constantemente. Oriente a parturiente a relaxar entre as contrações, respirando profunda e lentamente e a fazer força durante os espasmos.

9. Tente visualizar a parte superior da cabeça do bebê (coroamento).

10. Comprima a região do períneo, com uma das mãos posicionada sob o campo que se encontra abaixo da abertura vaginal, a fim de evitar lacerações nessa região.

Proteção do períneo

11. Apóie a cabeça do bebê, com ambas as mãos. Apenas sustente o segmento cefálico, não tente puxá-lo.

Apoio da cabeça do bebê

12. Verifique se há circular de cordão, caso tenha, desfaça com cuidado no sentido face-crânio do bebê.

13. Geralmente a cabeça do bebê apresenta-se com a face voltada para baixo e logo gira para a direita ou esquerda. Guie cuidadosamente a cabeça para baixo e para cima, sem forçá-la, facilitando assim a liberação dos ombros e, posteriormente, de todo o corpo.

Movimentação para liberação dos ombros do bebê

14. Deslize uma das mãos por baixo do bebê, acompanhando a expulsão. Segure firmemente os tornozelos do recém-nascido.

15. Apóie o bebê lateralmente com a cabeça ligeiramente baixa. Isso se faz para permitir que o sangue, o líquido amniótico e o muco que estão na boca e nariz possam escorrer para o exterior.

16. Peça para seu auxiliar anotar a data, a hora, o lugar do nascimento,o nome da mãe e o sexo do bebê.

17. Observe se o bebê chorou. Retire o campo que se encontra abaixo da abertura da vagina, coloque-o deitado lateralmente no mesmo nível do canal de parto.


Atendimento ao recém-nascido

1. Limpe as vias aéreas usando gaze e aspire, respectivamente, a boca, narina superior e narina inferior (decúbito lateral).

Aspiração da boca e narinas do bebê

2. Avalie a respiração do bebê (VOS), estimule-o, se necessário, com movimentos circulares na região das costas e/ou estimulando a planta dos pés.

Estímulos à respiração

3. Cubra o recém-nascido envolvendo-o em toalha, lençol ou similar.

Bebê coberto por lençol

4. Avalie a presença de pulso no cordão umbilical, se ausente, pinceo utilizando pinças, fita umbilical ou similar.

Observação: o cordão umbilical não deve ser pinçado imediatamente após o desprendimento fetal: aguardam-se de 40 a 60 segundos, a não ser na parturiente Rh negativo, quando se fará o pinçamento e secção de imediato.

5. O primeiro ponto a ser pinçado deverá estar a, aproximadamente, 25 cm (um palmo) a partir do abdômen do bebê.O segundo ponto a ser pinçado deverá estar a cerca de 5 a 8 cm (quatro dedos) do primeiro em direção ao bebê, conforme figuras abaixo.



6. Seccione o cordão umbilical com bisturi, manuseando-o de baixo para cima ou utilize tesoura de ponta romba. O corte deverá ser realizado entre os dois pontos pinçados ou amarrados.

Corte do cordão umbilical


Atendimento da mãe

Inclui os cuidados com a expulsão da placenta, controle do sangramento vaginal e promoção de máximo conforto possível à mãe.

1. Normalmente, entre 10 e 20 minutos, haverá a expulsão da placenta. Guarde-a em um saco plástico apropriado e identifique-a para posterior avaliação médica. O cordão desce progressiva e espontaneamente. Não o tracione.

Expulsão da placenta

2. Após a expulsão da placenta, observe presença de sangramento vaginal, se houver, controle-o:

- com gaze ou material similar, retire os excessos de sangue ou secreções;

- use um absorvente higiênico ou material similar limpo;

- coloque-o sobre a genitália (não introduza nada na vagina);

- oriente para que a parturiente una e estenda as pernas, mantendo-as juntas sem apertá-las;

- apalpe o abdômen da mãe, no intuito de localizar o útero. Faça movimentos circulares com o objetivo de estimular a involução uterina e, conseqüentemente, diminuir a hemorragia.


3. Tranqüilize a mãe fazendo-a sentir-se o melhor possível e registre todos os dados da ocorrência. Transporte a mãe, o bebê e a placenta para o hospital.

Durante todos os procedimentos, monitore constantemente mãe e bebê.


Complicações do parto e seu tratamento

Apresentação pélvica

Tratamento pré-hospitalar

1. Espere que as nádegas e o tronco do feto sejam expulsos espontaneamente.

2. Segure os membros inferiores e o tronco à medida que são expulsos.

3. A cabeça, geralmente, é liberada espontaneamente, entretanto, algumas vezes ela poderá não sair de imediato. Nos casos em que a criança não for completamente expulsa em até três minutos após a saída da cintura e tronco, não puxe-a, apenas crie uma via aérea.

4. Informe a mãe sobre o procedimento que será realizado e introduza os dedos indicador e médio em forma de "V" entre a face do feto e a parede da vagina, criando, assim, um espaço para que ele possa vir a respirar.

Introdução dos dedos em forma de “V” entre as paredes da vagina e a face do bebê

5. Criado um espaço para que o feto possa vir a respirar, deve-se mantê-lo. Permita que o nascimento prossiga mantendo a sustentação do corpo do bebê.

6. O transporte deverá ser realizado imediatamente, mantendo as vias aéreas permeáveis.


Observação: se, durante o trabalho de parto, apresentar apenas uma mão ou um pé, não é considerado parto pélvico, essa é uma apresentação de membro, que requer os seguintes cuidados:

1. não puxe a extremidade, nem tente introduzi-la novamente na vagina;

2. deixe-a na posição ginecológica ou coloque-a na posição genopeitoral, o que ajudará a reduzir a pressão no feto e no cordão umbilical;

Posição genopeitoral

3. Oriente para que respire profunda e lentamente;

4. Se necessário oferte oxigênio;

5. Transporte a parturiente.


Prolapso de cordão umbilical

Tratamento pré-hospitalar

1. Retire a parturiente da posição ginecológica, colocando-a em posição genopeitoral (conforme figura acima);

2. Não empurre o cordão para dentro da vagina;

3. Não introduza a mão ou os dedos na vagina;

4. Envolva o cordão umbilical com gaze estéril úmida e embrulhe-o com compressas cirúrgicas estéreis, para aquecê-lo;

5. Administre oxigênio;

6. Monitore e transporte a parturiente para hospital. Instrua-a para que respire profunda e lentamente.


Parto múltiplo

Em caso de nascimentos múltiplos, as contrações uterinas reiniciarão após o primeiro nascimento. O procedimento será o mesmo utilizado para o parto simples.

É recomendado ao socorrista que pince o cordão umbilical da primeira criança antes do próximo nascimento.


Parto pré-maturo

Considera-se parto pré-maturo qualquer nascimento em que o bebê tenha menos de 37 semanas completas de gestação, ou que pese menos de 2500g, independentemente da idade gestacional, e requer os seguintes cuidados abaixo.

Somados os cuidados dispensados a um parto a termo, o socorrista deve dar uma atenção maior ao aquecimento do recém-nascido. Embrulhe-o em mantas, lençóis, toalhas ou papel aluminizado, mantenha a face do bebê descoberta.

Crianças pré-maturas, freqüentemente, requerem reanimação pulmonar; proceda de acordo com as condutas para recém-nascido (neonato) citadas no capítulo 5.


Hemorragia excessiva

Se, durante a gravidez, a parturiente começar a ter um sangramento excessivo pela vagina, é muito provável que terá um aborto. Porém, se a hemorragia ocorrer durante o trabalho de parto ou na etapa final da gravidez, provavelmente estará ocorrendo um problema relacionado à placenta.


Tratamento pré-hospitalar

1. Posicione a parturiente em decúbito lateral esquerdo;

2. Coloque absorvente higiênico, campos ou lençóis limpos na abertura da vagina;

3. Não introduza nada na vagina;

4. Troque os tampões quando estiverem embebidos;

5. Guarde e conduza ao hospital todos os tampões ensangüentados, bem como todo e qualquer material expulso;

6. Previna o estado de choque;

7. Monitore os sinais vitais.


Caminhando para o Parto Normal




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