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14 setembro 2014

Emergências Pediátricas - Objetivos - Introdução - Principais comparações estruturais e anatômicas do paciente pediátrico com o adulto - A cabeça e o pescoço - Vias aéreas e o sistema respiratório - O tórax e o abdome - A pelve - As extremidades - Superfície corporal - Volume sanguíneo - Abuso ou Negligência - Ao tratar o paciente pediátrico evite: - Atendimento ao paciente pediátrico


EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS



OBJETIVOS:

Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:

1. citar cinco comparações estruturais e anatômicas do paciente pediátrico em relação ao paciente adulto;

2. citar os principais cuidados no atendimento ao paciente pediátrico.


INTRODUÇÃO

A avaliação e o atendimento da criança requerem um conhecimento completo das características próprias do crescimento e desenvolvimento da criança.

O atendimento adequado da criança é mais do que a simples aplicação dos princípios de atendimento dos adultos.

As quedas são a causa mais comum de trauma e ocorrem mais freqüentemente em crianças com idade inferior a 14 anos. Atropelamento é o segundo mecanismo mais comum de trauma.

O efeito do atendimento inadequado ou inapropriado no período imediatamente após o trauma pode ter conseqüências, não apenas na sobrevivência da criança, mas talvez de forma mais importante, na qualidade de vida da criança nos anos seguintes.

Cerca de 40% dos acidentes com crianças são considerados evitáveis.

A habilidade da criança de interagir com indivíduos desconhecidos, em ambiente estranho, é limitada e tornam a avaliação e a manipulação muito difíceis. A compreensão dessas características e disposição de persuadir e acalmar uma criança traumatizada são frequentemente as maneiras mais efetivas de adquirir concordância por parte da criança e obter uma avaliação mais completa.


Principais comparações estruturais e anatômicas do paciente pediátrico com o adulto

Uma situação de emergência é uma nova e assustadora experiência para qualquer criança e será ainda maior se os pais ou responsáveis não estiverem presentes.

As crianças têm padrões de trauma específicos, respostas fisiológicas próprias e necessidades especiais com base em seu tamanho, maturidade e desenvolvimento psicossocial. É importante ter em mente que uma criança não é um adulto pequeno.


A cabeça e o pescoço

A cabeça da criança é proporcionalmente maior e mais pesada que seu corpo. Quanto menor a criança, maior a desproporção entre o tamanho da cabeça e o resto do corpo.

Em geral, o corpo irá equilibrar-se com o tamanho de sua cabeça, a partir do quarto ano de vida.

Devido ao tamanho e ao peso da cabeça, a criança fica mais propensa a traumatismos envolvendo essa parte do corpo. Portanto, em uma queda de nível, pesquise por ferimentos na região da cabeça.

As crianças são mais vulneráveis que os adultos aos danos na coluna vertebral (cerca de 2% na região cervical), em virtude do tamanho e peso maior da cabeça e ao subdesenvolvimento da estrutura óssea e dos músculos do pescoço.


Vias aéreas e o sistema respiratório

Como no adulto, a prioridade imediata e o foco principal na criança é o tratamento das vias aéreas. As vias aéreas e o sistema respiratório do bebê e da criança ainda não estão completamente desenvolvidos. A língua é relativamente grande para a cavidade oral e as vias aéreas (nariz, boca, faringe, laringe e traquéia) são mais estreitas do que as do adulto, fazendo com que as crianças pequenas sejam mais propensas a obstrução de vias aéreas do que o adulto.

Os músculos do pescoço também não estão desenvolvidos completamente e não são tão fortes quanto os dos adultos. Isso produz uma dificuldade a mais para a criança segurar sua cabeça na posição de abertura das vias aéreas quando ferida ou doente.

As vias aéreas podem obstruir-se quando a criança estiver na posição supina. A colocação de um lençol dobrado nas costas, sob o tronco, ajudará a manter a cabeça alinhada e as vias aéreas abertas. No atendimento de pacientes pediátricos, para promover a abertura de vias aéreas, basta que se promova uma leve inclinação da cabeça para conseguir assegurar a abertura das vias aéreas, mantendo a cabeça numa posição neutra.

As crianças e os lactentes respiram automaticamente pelo nariz e, no caso desse ficar obstruído, não terão a mesma facilidade de abrir a boca para respirar como o adulto. O socorrista deverá remover as secreções das narinas da criança para assegurar uma boa respiração.


O tórax e o abdome

O socorrista poderá avaliar melhor a respiração dos pacientes pediátricos observando os movimentos respiratórios no abdômen, os músculos do tórax não estão completamente desenvolvidos, ficando mais evidente um uso maior do diafragma para respirar.

Devemos considerar também que a caixa torácica das crianças é mais elástica, assim, no caso de uma respiração forçada, produzida por uma situação de dificuldade ou insuficiência respiratória, o uso de todos os músculos intercostais, sobre o esterno e ao redor do pescoço e ombros, ficarão bem evidentes.

O esqueleto da criança é menos capaz do que o do adulto de absorver as forças cinéticas aplicadas durante um trauma, as estruturas ósseas podem não quebrar, mas apenas dobrarem-se, evitando possíveis fraturas. A desvantagem é que quanto mais a caixa torácica for flexível, oferecerá menos proteção aos órgãos vitais no interior do tórax. Durante a avaliação física, o socorrista deverá considerar os mecanismos do trauma para poder determinar possíveis danos internos, especialmente se não houver nenhum sinal de ferimento externo.

Ex.: a contusão pulmonar é comum, embora sejam incomuns as fraturas de costelas.

Igualmente, deverá atentar para a simetria, para os movimentos iguais do tórax durante a respiração e para ferimentos ou hematomas, da mesma maneira que faria na avaliação de um adulto.

Da mesma forma que nos adultos, traumas no abdômen podem resultar em dor, distensão e rigidez. Os músculos abdominais não estão desenvolvidos como o dos adultos e oferecem pouca proteção. Os órgãos abdominais, de forma especial o fígado e o baço, são bem grandes para o tamanho da cavidade e, portanto, mais vulneráveis a um trauma.

As lesões abdominais que produzirem distensão ou edema poderão impedir o movimento livre do diafragma e acabar produzindo uma dificuldade respiratória grave.


A pelve

Tal qual nos adultos, as crianças poderão perder quantidades consideráveis de sangue dentro da cavidade pélvica, como resultado de um trauma grave nessa região. É recomendável que os socorristas permaneçam monitorando constantemente os sinais vitais dos pacientes para identificar a presença de choque hipovolêmico.


As extremidades

Em comparação com o adulto, o esqueleto da criança está em crescimento ativo e é composto por uma grande proporção de tecido cartilaginoso.

Assim, as crianças com trauma esquelético suportam maiores forças deformantes antes que se desenvolvam fraturas. O socorrista deverá suspeitar de fraturas sempre que, ao avaliar uma extremidade, encontrar sinais e sintomas como dor, edema, deformidade anatômica e impotência funcional.

Durante a avaliação física, além de apalpar toda a extremidade com a finalidade de identificar deformidades, ferimentos ou áreas dolorosas, o socorrista deverá pesquisar, na região distal da extremidade, a presença de pulso, a capacidade motora, a sensibilidade e a perfusão.

Na criança com outras lesões além da lesão de extremidade, o socorrista deverá se preocupar com o essencial e não se distrair em lesões com risco de morte pela aparência de grandes deformidades, algumas vezes, associadas com traumas de extremidades.


Superfície corporal

Em relação à massa corporal, as crianças e lactentes possuem uma grande quantidade de pele (tecido de revestimento do organismo). Por isso, poderão facilmente perder calor e sofrer de hipotermia, até mesmo em ambientes onde adultos estejam confortáveis. Ao atender pacientes pediátricos, os socorristas devem garantir a manutenção da temperatura corporal, especialmente, nos casos de trauma, perda de sangue ou fluido corporal.

Durante o atendimento, mantenha constante apoio emocional; durante a avaliação física, informe o que fará, pois a criança pode se assustar caso seja necessária a remoção de suas roupas.

Nos casos de queimaduras, o socorrista deverá ficar atento, pois a área da superfície corporal total queimada (SCTQ), calculada por meio da Regra dos Nove, possui valores diferentes em relação aos utilizados para avaliar os pacientes adultos.


Volume sanguíneo

Quanto menores forem os pacientes, menores também serão seus volumes sanguíneos. Fique atento, pois um paciente recém-nascido poderá apresentar um volume de sangue inferior a 350 ml e, sendo assim, qualquer perda sangüínea, por menor que seja, representará uma emergência grave.

Uma criança poderá apresentar, dependendo do seu tamanho, um volume sangüíneo variável entre 1/2 a 2 litros de sangue.

Portanto, ao atender um lactente ou uma criança pequena, não espere pelo aparecimento de sinais e sintomas evidentes de choque. Caso suspeite que o trauma ou enfermidade represente um risco potencial, providencie, imediatamente, os cuidados de emergência. Não esqueça que uma perda sangüínea moderada, que pode não representar grande preocupação para um paciente adulto, caso não seja controlada, representa uma grande ameaça a um paciente pediátrico.

As crianças têm a capacidade de compensar a perda de volume durante um tempo maior que os adultos, mas quando excedem a capacidade dos mecanismos de compensação, deterioram de maneira rápida e grave.

A queda de pressão arterial é um sinal tardio de choque.


Abuso ou negligência

A violência física e psicológica contra a criança está presente em todas as camadas sociais. A maior parte das vítimas são crianças de até 10 anos de idade. A origem pode estar no desequilíbrio dos pais ou responsáveis, em razão de consumo de álcool, drogas, distúrbios entre casais separados que vivam em constantes conflitos conjugais.

O maltrato é uma causa importante de trauma na criança. O socorrista deve considerar essa possibilidade quando as circunstâncias indicam as seguintes características:

- discrepância entre a história e o grau de lesão física;

- a demora entre o momento do trauma e o acionamento de socorro;

- histórico de lesão é inconsistente com o nível de desenvolvimento da criança. Por exemplo, um histórico indicando que um recém-nascido caiu da cama é suspeito, pois o recém nascido não tem desenvolvimento para rolar e Cair;

- falta de condições de higiene;

- lesões restritivas;

- ferimentos insistentes ou lesões múltiplas em diferentes estágios de cicatrização no copo da criança;

- queimaduras (principal lesão referente a abuso físico) e outras lesões em vários estágios de cicatrização.

Um fato importante sobre a violência contra a criança é que os episódios são freqüentemente repetidos com gravidade progressiva.

É comum o estupro de crianças, bem como outros tipos de violência sexual, sendo geralmente praticado por pessoas próximas, como familiares, amigos e vizinhos. Em um atendimento com essas suspeitas, não devem ser feitos nenhum exame na genitália da criança, a menos que haja hemorragia evidente que requeira aplicação de um curativo.


Ao tratar o paciente pediátrico evite:

- assumir postura infantil;

- falar tudo no diminutivo;

- alterar timbre de voz para o agudo;

- prometer que não ira doer.


Atendimento ao paciente pediátrico:

1. Acalme a criança transmitindo segurança;

2. Execute, se possível, sua abordagem ajoelhado ou sentado;

3. Acalme os pais ou responsáveis;

4. Solicite autorização dos pais ou responsáveis;

5. Controle suas emoções e expressões faciais;

6. Explique os procedimentos ao paciente, pais ou responsáveis;

7. Em crianças pequenas, sempre que possível, execute os procedimentos no colo dos pais ou responsáveis;

8. Use equipamentos de cores e tamanhos adequados para cada faixa etária;

9. Crianças não gostam de ficar deitadas, explique a necessidade;

10. Sorria para criança;

11. Não minta para a criança;

12. Não prometa nada que não possa dar;

13. Os procedimentos de imobilização, aplicação de curativo, uso de bandagem e fixação na prancha (maca rígida) pediátrica, são iguais aos dos adultos.

Dicas para tentar obter colaboração do paciente pediátrico Utilize, se possível, um objeto de transição (brinquedo) de forma lúdica para interagir o mundo infantil com a necessidade de atendimento. Peça para a criança segurar o mascote no colo e apontar onde dói, no objeto de transição, para então avaliar, na criança, o local citado.


Dê um presente (distintivo ou certificado) ou cole na roupa um adesivo institucional em troca do bom comportamento, cooperação e coragem.

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