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13 julho 2014

SALVAMENTO URBANO, MONTANHA E ESPÉLEO - Conceitos, técnicas e procedimentos - Acidentes e suas causas - Perigos Latentes, como evitá-los - Profundo conhecimento do meio e aprendizagem das técnicas precisas de resgate - Princípios Básicos do Socorrista: Proteger, Alertar e Socorrer - Dados que devem ser oferecidos em favor do resgate - Precauções devidas com a tomada a decisão de deixar o acidentado - Se for possível mandar ajuda, faremos esforços para sermos vistos ou ouvidos nos arredores mediante sinais óticos ou acústicos


SALVAMENTO URBANO, MONTANHA E ESPÉLEO

Conceitos, técnicas e procedimentos
O salvamento na montanha é um tema complexo e com uma infinidade de variantes, desde uma simples ajuda a um acidentado de pouca gravidade em um lugar de fácil acesso, até complicados resgates em locais de difícil acesso e com acidentados graves.

No primeiro caso, poderá ser empregado apenas um socorro simples, com poucas medidas e um transporte improvisado simples, porém quando o acidente ocorrer em uma parede, em um lugar de difícil acesso ou de difícil saída, o socorro torna-se mais complicado, já que a evacuação inicial levará ao solo ou a um lugar seguro que requer uma intervenção técnica que necessite de um mínimo de material e de conhecimentos.

Nesse assunto, vamos procurar abordar em profundidade toda a problemática do socorro improvisado na montanha (reações à frente dos acidentes, buscas, evacuações e transportes).

O resgate improvisado com os meios limitados que possam dispor uma cordada ou grupo (cordada é um grupo de indivíduos que estuda e traça a trajetória de ação de uma equipe), requer uma grande capacidade de improvisação, sangue frio e profundo conhecimento de todo o material, assim como as manobras e a atenção minuciosa que o salvamento exige. Isso não é de imediato, a solução para todos os problemas, mas, com uma preparação adequada, podemos converter em um simples “susto” o que poderia ser uma grande tragédia.

Um resgate desse tipo poderá ser realizado com melhores garantias de segurança, assim sendo, antes de iniciar qualquer operação de salvamento improvisado e complexo deverá ser levado em conta uma possível intervenção de um helicóptero ou até mesmo de um grupo de profissionais qualificados. Nem sempre é recomendado iniciar um resgate improvisado, lento e perigoso, se um helicóptero poderá solucionar o problema em pouco tempo.

Atualmente, em quase toda a Europa está sendo empregado o helicóptero nas atividades de salvamento. No País, alguns estados já sentem a necessidade de implantação desse recurso material e, no Distrito Federal, esse serviço vem funcionando devido à necessidade de ganhar tempo no deslocamento de vítimas para o hospital. Deve, portanto, ser observado que o uso de uma aeronave requer um comportamento profissional muito importante que é o treinamento técnico e específico para a atividade.

Nem sempre é possível poder avisar ou aguardar uma equipe de socorro especializada, pois as limitações do local inviabilizam a espera.

Exemplo: distância, clima e, muitas vezes, as dificuldades de acesso.

Nesse caso, a atuação da equipe presente torna-se  decisiva. As pessoas próximas podem ser de grande ajuda como colaboradores, já que quanto mais meios humanos e materiais dispusermos, mais fácil e rápida será desencadeada a operação, porém mais difícil será coordená-la, sendo a liderança primordial num momento como esse.

As intervenções de salvamento devem respeitar três normas básicas:

- não ponha em risco evidente a pessoa que necessita de ajuda imediata;

- não ponha em risco os resgatadores e a aeronave;

- garantir a evacuação de todos os participantes, quando for concluída a operação.


Diante da possível intervenção em um salvamento, não há dúvidas de que deve existir o dever moral e legal na prestação de socorro. A atuação deve ser baseada no conhecimento e não se deve assumir funções para as quais não se está capacitado, porque podem realizar ações incertas e, com isso, terá uma grande chance de cometer erros.

Os problemas e situações que podem surgir são infinitos e seria impossível fazer uma relação de todos eles. Para oferecer uma solução mais prática, contudo, se temos os recursos e conhecemos as manobras necessárias, o grupo poderá sair da maioria das situações com paciência e serenidade, com os recursos disponíveis e com um julgamento acertado para decidir que ação, manobra ou sistema a ser empregado em cada caso.

Nem tudo vale para tudo, a solução passa, com freqüência, por combinar diferentes sistemas ou improvisar em função do terreno e dos meios disponíveis.

Todo profissional deveria está preparado para socorrer outro em caso de acidente.

Se não temos o conhecimento e a experiência prática necessária, a boa vontade, nesse caso, não serve nada

A prática periódica das técnicas de resgate é uma garantia para qualquer socorrista, que, dependendo do caso, saberá raciocinar com rapidez e segurança.


Acidentes e suas causas
Os acidentes são, com freqüência, um acúmulo de erros. Quando vistos isoladamente, os erros parecem não ter importância, porém vistos juntos podem levar a um desfecho trágico.

Os nossos próprios erros, uma fatalidade, ou mesmo a troca constante da natureza das manobras podem ser a causa de grandes acidentes, que, uma vez ocorridos, de nada vale se lamentar ou atribuir a culpa aos companheiros, pois a prioridade passa a ser a busca de soluções para a situação. A solução adaptada, mesmo sendo satisfatória, é, em geral, traumática, complexa e possível de criar riscos adicionais, os quais poderão gerar acidentes graves.

Grande parte dos acidentes ocorre em itinerários relativamente fáceis, durante excursões, ascensões clássicas e nas descidas, quando o cansaço e a falta de atenção nos fazem mais vulneráveis.

A falta de conhecimento e aprendizagem inadequada leva a erros que seriam facilmente evitados, mas que levam a conseqüências muito graves. Os cursos de formação ou a contratação de pessoas experientes (guias) devem ser o passo lógico para iniciar uma atividade de risco.

Ser consciente dos perigos a que está exposto a cada momento é a melhor forma de poder evitá-los. O conhecimento das suas próprias limitações, assim como a de seus companheiros evitam que chegue a forçar os limites técnicos e físicos, além da capacidade individual e de segurança.

Deve-se ter sempre em mente que um grupo deixa de ser forte quando apenas um membro desse grupo subestima as suas próprias limitações, pois, quando ele se torna o elo mais fraco do grupo, por conseqüência, enfraquece a união do conjunto.

Perigos Latentes, como evitá-los:
Como vimos anteriormente, os perigos latentes são, na maioria dos casos, controláveis com uma atuação de acordo com as condições do terreno em que se movimenta. Essa atuação é conseqüência de uma boa formação e a experiência terá de ser mais valorizada na proporção em que o meio de atuação for mais difícil e perigoso.


Profundo conhecimento do meio e aprendizagem das técnicas precisas de resgate

Essa reiterada receita é a forma de se evitar a maioria dos acidentes, a qual unida à experiência de cada dia na atividade, desde cedo cria o sentido comum, que faz com que a pessoa não ofusque o seu conhecimento e execute cada operação com prudência.

O treinamento aumenta o rendimento, o conhecimento e a própria confiança pessoal, levando-nos a uma boa condição física e psicológica.

Uma equipe adequada também pode evitar ou atenuar as conseqüências de um acidente, por exemplo, uma mudança climática súbita pode alterar o curso da atividade e, muitas vezes, poderá trazer conseqüências graves, porém uma equipe unida, uma boa reserva física e com uma atitude serena, podem ser suficientes para passar pelo perigo.

Um bom estado de ânimo, boas doses de prudência e resoluções firmes são indispensáveis para o êxito nas rotas mais difíceis e perigosas. Esses dois últimos termos (dificuldade e perigo) não precisam estar associados, mas é de suma importância considerá-los em conjunto na hora de eleger a rota adequada para ser seguida.

A sensatez do membro de uma equipe é, definitivamente, o melhor remédio, pois a prudência e covardia, custo e temeridade são atitudes que o indivíduo deve saber distinguir.

Finalmente, chegamos à conclusão de que a prevenção passa por um rigoroso controle de nossos conhecimentos, materiais, experiências e treinamentos.

Apesar de adotar as medidas de segurança mencionadas anteriormente, devemos estar preparados para o caso de nos envolvermos em um acidente. A formação em primeiros socorros e técnicas avançadas deveriam ser qualidades comuns a todos os profissionais, haja vista que em determinadas situações a ajuda externa é difícil de conseguir.

A melhor forma de poder pensar e acertar os passos que devem ser seguidos depois de um acidente é mantendo a calma, e analisar a situação friamente. A precipitação só conduz a erros que poderão agravar mais a situação e as lesões do acidentado.


O princípio básico do socorrista segue os três pontos seguintes:

1) proteger:
É a primeira medida destinada ao acidentado, evitando que ele continue exposto a novos perigos ou que sua situação se agrave.

2) alertar:
Mesmo quando contamos com pessoas experientes, ou quando a situação é demasiadamente fácil, devemos, mesmo assim, solicitar ajuda externa.

3) socorrer:
Aplicando as técnicas de primeiros socorros, com uma atitude segura e calma, busque tranqüilizar o acidentado; não deixando a situação traumatizá-lo e demonstrando confiança sempre; pois, nas próximas horas, você poderá necessitar de toda sua moral e capacidade, retirando o acidentado, se necessário, ou simplesmente preparando para esperar ajuda.

No meio rural, essa ordem de atuação é de difícil aplicação por suas condições particulares. Muitas vezes, dar o alerta é de suma importância, principalmente quando não podemos contar com pessoas experientes e em número suficientes para poder proteger e socorrer o acidentado.

A mobilização de um ferido grave é um tema altamente delicado, se não dispomos dos meios necessários para imobilizar a vítima adequadamente. Diante das mínimas suspeitas de lesões cervicais ou medulares, o ferido não poderá ser removido até que se disponham dos meios adequados para imobilizá-lo.

Quando se decide solicitar ajuda externa a grupos de resgate organizados (profissionais), ela deverá ser feita por pessoas qualificadas e experientes. O ideal é que sempre seja realizada por uma dupla.

As pessoas que partem em busca de ajuda devem levar equipamentos para garantir sua segurança. Elas devem conhecer o terreno, a localidade em que está o ferido, bem como conhecimentos técnicos suficientes para realizar a atividade. Elas devem sinalizar todo o caminho até que cheguem a um lugar totalmente conhecido.

Uma vez solicitada a ajuda, os mensageiros devem se assegurar de que foram compreendidos com exatidão e insistir na comprovação de que o resgate será posto em ação imediatamente.

É importante que os mensageiros sirvam de guias para a equipe de resgate, para que não se perca tempo para chegar ao local exato do acidente.


Dados que devem ser oferecidos em favor do resgate

A coleta de dados é de suma importância para a operação de resgate, pois são os dados que direcionarão e definirão a tática a ser usada. Algumas perguntas são imprescindíveis, dentre elas destacamos:

1. Quem solicita o socorro? Um grupo ou um indivíduo?

2. Onde ocorreu? Descrição do acidente, quantos feridos? Há gravidade? Que tipo de lesão?

3. Como ocorreu o acidente?

4. Quando? (o tempo é muito importante).

5. Quais são as referências geográficas?

6. Quantas pessoas estão no local e quantas estão aptas a prestar ajuda e que meios dispor?

7. Quais as condições climáticas (meteorologia) no local do
acidente?

8. Quais são as condições de acesso até o local do acidente?


Um acidente com uma cordada de duas pessoas pode forçar a necessidade de deixar o acidentado só e buscar ajuda. Não é uma decisão fácil, inclusive para um exímio socorrista (um montanheiro), porém terá de analisar friamente e valorizar a situação e capacidade, levando em conta diversos fatores:

- Podemos deixar o ferido, levando em conta as suas lesões?

- Em quanto tempo, podemos voltar com ajuda?

- Que tempo climático pode fazer nas próximas horas?

- Temos material, capacidade técnica e física suficientes para afrontar o perigo?

- Conhecemos o terreno suficientemente para regressar?

- Que possibilidades temos de que alguém nos veja ou descubra em um período razoável?


Tomada a decisão de deixar o acidentado, deve-se ter as devidas precauções:

- deixá-lo a salvo dos perigos, bem amarrado, de forma que não possa desatar-se em um momento de crise.

- dar assistência possível e necessária antes de partir;

- deixar o mais abrigado possível;

- deixar, ao seu alcance, todas as provisões e roupas disponíveis.


Se estivermos próximos ao cume, seguir escalando é o meio mais rápido do que uma grande descida por toda a parede. Nesse caso, necessitamos conhecer as técnicas de como escalar sozinho.

Se for possível mandar ajuda, faremos esforços para sermos vistos ou ouvidos nos arredores mediante sinais óticos ou acústicos.


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