05 novembro 2012

CAPÍTULO 14 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS - Acidentes rodoviários - Mecânica dos acidentes - Cálculo do impacto - Tipos, frequência e porcentagens das colisões - Ação do impacto sobre os órgãos


Acidentes rodoviários

Os acidentes rodoviários constituem um flagelo da modernidade quando inúmeras vidas são perdidas, incapacidades permanentes são geradas, traduzindo-se em um quadro de mortalidade, morbidade, sofrimento e perda econômica tanto para o indivíduo como para o Estado.

Nesse campo, o Brasil desponta com um dos mais elevados índices. Com o intuito de minimizar esse quadro, muito necessita ser realizado.

O acidente rodoviário está situado dentro da classe dos desastres humanos, isso advém do fato de que o homem, ao mesmo tempo em que procura lucrar com as oportunidades geradas pelo desenvolvimento tecnológico, não respeita suas limitações.

Ao longo dos anos, desde a sua invenção no final do século passado, o automóvel, na medida em que aumentava seu nível de uso e popularidade, via também aumentar, vertiginosamente, o índice de acidentes decorrentes de fatores como:

- despreparo técnico de um elevado número de motoristas;

- inobservância de condutas e normas de segurança;

- condutas irracionais geradas pelo stress, ansiedade, competitividade;

- prazer suscitado pela velocidade;

- estado precário dos veículos;

- estado precário das estradas.


Mecânica dos acidentes

Os acidentes rodoviários classificam-se em 4 tipos distintos de colisão, que seguem princípios físicos da cinemática e a dinâmica:

1) Veículos que colidem em sentidos opostos:



O somatório das velocidades em sentidos opostos (V1 e V2) causa os acidentes mais graves e contribui para um maior índice de mortalidade, principalmente por traumatismo crâneo-encefálico (TCE), fratura de membros, fratura de costelas e hemorragias internas.


2) Veículos que colidem no mesmo sentido:



Esse tipo de colisão tem como principal conseqüência quadros de traumatismo da coluna vertebral (TCV), principalmente em veículos que não dispõem de assentos com apoio para a cabeça.


3) Veículos que colidem lateralmente.



Nesse tipo de colisão, não raro ocorre a ejeção de passageiros em decorrência da distorção da lataria pelo impacto, conseqüentemente, abrindo as portas que não estejam com a trava de segurança acionada, provocando politraumatismos e lacerações traumáticas.

4) Veículo que colide contra ponto neutro.



As principais características desse tipo de colisão são idênticas as do primeiro tipo (colisão em sentidos opostos) sendo, entretanto, o nível de mortalidade menor entre as demais.


Cálculo do impacto

Para que se tenha uma idéia relativa, simular-se-á, como exemplo, um veículo comum de passeio com 800 kg, colidindo a 100Km/h (28m/s) tendo-se então um impacto de:

800 X 28 = 22400 Kg/s (22t.)

Logo, um passageiro com um peso médio de 70 Kg sofrerá um impacto de:

70 X 28 = 1960 Kg/s (2 t.)


Tipos e freqüência das colisões

Estudos realizados pelo Corpo de Bombeiros de Paris (Sapeurs- Pompiers de Paris), em 1981, demonstraram que as colisões ocorrem segundo os tipos e porcentagens abaixo:

- colisão em sentidos opostos – 56%

- colisão no mesmo sentido – 14%

- colisões laterais – 3%

- colisões contra pontos estáticos – 24%


Porcentagem das lesões

No impacto da colisão, são gerados os seguintes tipos de lesões:

- únicas........................35%

- politraumatismos........65%


Sendo:

- fraturas duplas............34%

- fraturas triplas.............21%

- fraturas múltiplas........10%


Impactos diretos e indiretos




Quando um veículo colide contra um obstáculo, há uma reação do veículo e uma ação no sentido contrário do(s) corpo(s) do(s) passageiro(s) causando impactos indiretos em quatro regiões do corpo (cabeça, tronco, membros superiores e inferiores).




Ação do impacto sobre os órgãos

Os órgãos internos, durante o impacto, sofrem consideráveis impactos conforme abaixo:








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