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06 outubro 2012

Técnica e Fontes de abastecimento ( Pressão, Desnível, Gravidade, Sucção ) - Hidrante Urbano - Material e procedimento necessário no Abastecimento


Técnica de abastecimento

Abastecimento é o processo que visa suprir as viaturas de combate a incêndio com o agente extintor (água) conduzindo-o da fonte disponível até o local do sinistro.

O abastecimento de água antes e durante a extinção do incêndio é fundamental para o sucesso das operações de combate. Se a quantidade de água no local do evento for insuficiente ou acabar durante as atividades, a extinção torna-se inviável.

As características da água estão presentes no Módulo 1 deste manual, em agentes extintores.


O abastecimento pode ocorrer por três formas:

Diferença de pressão – Quando o hidrante urbano possui pressão suficiente para impelir a água para o interior do tanque da viatura.

Desnível ou gravidade – Ocorre quando a fonte de abastecimento está situada em nível acima do nível do tanque da viatura.

Sucção – Ocorre quando a fonte de abastecimento (manancial ou reservatório) está situada em um nível abaixo do nível da viatura. Para que ocorra sucção, o desnível não poderá ultrapassar 7 (sete) metros de altura.


Fontes de abastecimento

O abastecimento pode ser feito utilizando as fontes de abastecimento:

Hidrante urbano (ou de coluna) – É o método mais utilizado pelo CBMDF para captação de água. Apresenta como vantagem o fato de a viatura não ter que parar muito próximo a ele. Geralmente possui pressão suficiente para impelir a água para o interior do tanque da viatura. A rede de distribuição de água aos hidrantes é a mesma que abastece os domicílios da cidade.

Viaturas do tipo Auto Bomba Tanque (ABT), Auto Tanque (AT) ou carro-pipa – São utilizadas em casos de deficiência de hidrantes ou de ausência de mananciais  próximos ao sinistro. Também otimizam a utilização das viaturas de combate, quando há várias disponíveis para o abastecimento.

Mananciais – Rio, poço, lago, represa, córrego, etc;

Reservatórios – Caixa da água, espelho d’água e piscina.

O abastecimento em mananciais e em reservatórios é realizado por meio de sucção, com o emprego do corpo de bombas da viatura.


Abastecimento por meio de hidrante urbano

 Figura 140 - Hidrante urbano (ou de coluna)


Abastecimento de hidrante urbano utilizando o mangote

 Figura 141 - Abastecimento de hidrante urbano utilizando o mangote

O abastecimento com mangote é sempre recomendado, pois possibilita ligar-se diretamente o hidrante ao corpo de bomba, utilizando toda a pressão e vazão do hidrante.

O controle da bomba mantendo a sucção dentro dos limites de capacidade do hidrante depende do motorista. Caso esse limite seja excedido, pode haver entrada de ar na bomba, danificando-a.

Caso a pressão do hidrante seja muito alta, deve-se ter cuidado quando da interrupção do fluxo de água pois poderá ocorrer ruptura do mangote.

Os problemas para o abastecimento com mangote são a falta de adaptações e mangotes no socorro e a pouca flexibilidade dos mangotes, que exigem que a viatura estacione à distância e em posição específicas em relação ao hidrante.


Material utilizado:

Mangotes - 1½", 2½", 4”ou 6”.

Conectores - Adaptadores, reduções de mangotes.

Chaves - De biela, de mangote, sobreposta, de hidrante (tipo S ou J), do tipo T.

Outros materiais - Volante de hidrante, luvas de registro de hidrante.


Procedimentos a serem adotados:

Retire o tampão do hidrante.

Abra o registro do hidrante – Para realizar uma limpeza, deixe a água fluir por alguns instantes (situação conhecida como descarga).

Feche o registro.

Conecte uma extremidade do mangote no hidrante.

Conecte a outra extremidade do mangote na boca de admissão da viatura.


Abastecimento de hidrante urbano utilizando mangueira

 Figura 142 - Abastecimento de hidrante utilizando mangueira

Nesse caso, a água recebida do hidrante vai para o tanque, de onde a bomba a pressuriza para utilização no combate. É mais utilizado por ser mais rápido e fácil.

A flexibilidade e o comprimento da mangueira permitem posicionar a viatura de diferentes modos. Não se faz sucção, pois se a bomba solicitasse mais água que a capacidade do hidrante a mangueira se fecharia.

O abastecimento com mangueiras produz maior perda de carga (de pressão e de vazão) por terem comprimento maior que os mangotes. Em geral, as mangueiras possuem diâmetro menor que os mangotes, e, portanto, fornecem menor vazão.

Deve-se utilizar apenas uma mangueira para ligar o hidrante à viatura, aproveitando melhor a carga do hidrante.

Se o hidrante estiver distante do incêndio é aconselhável fazer o abastecimento por outra viatura. Se não houver outra, pode-se ligar o hidrante à boca de admissão da viatura com uma mangueira, e estender várias mangueiras da boca de expulsão até o divisor.

Desse modo, a bomba da viatura pressuriza a água e compensa a perda de carga nas mangueiras da ligação até o divisor. No entanto, o tempo necessário para fazer a ligação da viatura ao divisor  atrasa o início do ataque ao fogo.

Deve-se abastecer a viatura pela boca de admissão, pois ao utilizar o tampão do tanque a dobra da mangueira aumenta a perda de carga.


Material necessário:

• Mangueiras de 1½" ou de 2½".

• Conectores (adaptadores, reduções de mangueiras).

• Chaves - De mangueira (simples ou conjugada), de hidrante (tipo S ou J), do tipo T.

• Outros materiais - Volante de hidrante e luvas de registro de hidrante.


Procedimentos a serem adotados:

• Retire o tampão do hidrante.

• Abra o registro do hidrante – para realizar uma limpeza – e deixe a água fluir por alguns instantes (situação conhecida como descarga).

• Feche o registro.

• Conecte a mangueira ao hidrante.

• Conecte a mangueira na boca de admissão da viatura (ver Figura 143a) ou na parte superior do tanque (ver Figura 143b).

 Figura 143 - Abastecimento de hidrante urbano utilizando a mangueira
  

Abastecimento em mananciais e reservatórios

 Figura 144 - Abastecimento em mananciais e reservatórios
(a) (b)

O abastecimento em mananciais e em reservatórios é realizado por meio de sucção, com o emprego do corpo de bombas da viatura.

Para que ocorra sucção, a profundidade não pode ser superior a 7 metros, ao nível do mar. No Distrito Federal, essa profundidade não pode ser superior a 4 metros.


Material utilizado:

• Mangotes de 1½", 2½", 4”ou 6”.

• Conectores (adaptadores, reduções de mangotes).

• Ralo com válvula de retenção.

• Chaves de biela, de mangote, sobreposta.


Procedimentos a serem adotados:

• Conecte uma extremidade do mangote na boca de admissão da viatura.

• Se houver, pode-se conectar a outra extremidade do mangote no ralo, que evita a entrada de sujeira no mangote. Alguns ralos possuem válvula de retenção, que mantém a coluna d’água quando se desliga a bomba.

• Mergulhe o ralo no meio líquido.


O condutor da viatura faz a escorva, que é a retirada do ar da bomba. Em algumas viaturas esse mecanismo é automático.


Abastecimento realizado por outra viatura

As viaturas do tipo Auto Bomba Tanque (ABT), Auto Tanque (AT) e carro-pipa servem como intermediárias quando o hidrante ou manancial não está perto do incêndio.

A viatura permanece ligada ao manancial ou ao hidrante, e com a pressão de sua bomba, abastece a viatura de combate, por meio de mangueiras.

Se o hidrante for muito longe, uma ou mais viaturas podem ser utilizadas para transportar água. As viaturas abastecem-se, deslocam-se até o local do incêndio e transferem a água para a viatura que está combatendo.


Material necessário, conforme o caso:

• Mangueiras - 1½" ou 2½".

• Conectores (adaptadores e reduções de mangueiras).

• Chaves de mangueira (simples ou conjugada).

Figura 145 - Abastecimento realizado por outra viatura utilizando mangueira


Procedimentos a serem adotados:

Conecte uma extremidade na boca de expulsão de uma viatura.

Conecte a outra extremidade na boca de admissão ou na parte superior do tanque da viatura que será abastecida.


Observações:

O comandante de socorro e os chefes de guarnições das viaturas de combate a incêndio devem conhecer as fontes disponíveis em suas respectivas áreas de atuação, por meio dos seguintes  procedimentos:

Visitas de reconhecimento do terreno (verificação das condições de acesso, da necessidade de bombeamento por sucção ou gravidade e a quantidade de água disponível).

Treinamentos constantes de abastecimento, envolvendo as viaturas existentes na área, verificando as melhores formas de utilização dos materiais existentes na viatura.

Contato com órgãos públicos que possuam carros-pipa, de forma que os telefones de contato estejam acessíveis nas unidades operacionais.

Visitas de inspeção de hidrantes urbanos, bem com a verificação da vazão e pressão e eventual necessidade de reparos, que podem ser feitos pela Seção de Hidrante do CBMDF.



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