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03 outubro 2012

Preparação para utilização do EPI e EPR - Equipagem ( calça, bota, capa de aproximação, EPR, ajustes dos tirantes, colocação da máscara, balaclava, capacete e luvas ) - Bloqueio do fluxo de ar e colocação da válvula de demanda - Durante a equipagem e toda a atividade - Conferência da quantidade de ar - Desequipagem ( retirada da válvula de demanda, balaclava e suporte do cilindro ) Tabela sobre a consequência ao organismo ocasionada pela falta de EPI


Ao assumir o serviço, todo bombeiro deve separar seu conjunto completo de EPI, realizar uma rigorosa inspeção visual, que inclua ações voltadas a testá-los e ajustá-los ao seu tamanho.

Se essas ações forem negligenciadas, pode haver uma redução do nível de segurança oferecido pelos equipamentos, expondo o bombeiro a riscos desnecessários. Exemplo: se o capacete estiver muito frouxo, a proteção contra algum choque mecânico estará comprometida, podendo resultar em uma lesão mais grave.

Dada a urgência das ações de socorro, não haverá tempo ou condições, para realizar esses ajustes na cena do incêndio de forma eficiente.

Ao sair de sua unidade operacional para atender um chamado de incêndio, o ideal é que, ao entrar na viatura, o bombeiro já esteja, no mínimo, equipado com as botas e a calça da roupa de aproximação.

Ao chegar ao local, verificando a necessidade de EPI completo, o bombeiro deverá fazer com agilidade.


Equipagem

A sequência a seguir foi organizada para proporcionar uma equipagem rápida e eficiente:

1. Coloque as botas à sua frente, uma ao lado da outra (Figura 15a); introduza uma das mãos pela perna da calça de aproximação, como se estivesse colocando a perna e segure, com essa mesma mão, as alças da bota (Figura 15b); abaixe bem a perna da calça, até que o cano da bota fique exposto; repita o procedimento com a outra perna; essa disposição pode permanecer pronta na viatura, a fim de diminuir o tempo de equipagem e saída do quartel (Figura 15c).

 Figura 15 – Preparação da calça e da bota para equipagem
(a
) (b) (c)
2. Calce as botas (Figura 16a); puxe a calça para cima, vestindo o suspensório (Figura 16b); prenda os grampos e o velcro da calça (Figura 16c).



 Figura 16 - Equipagem da calça

3. Pegue a capa de aproximação e posicione-a à sua frente, com a gola para cima e com mangas voltadas para as pernas (Figura 17a); introduza as mãos nas mangas e gire a capa, lateralmente e para trás do corpo (ou por cima da cabeça, realizando um movimento de 180o), até introduzir completamente os braços (Figura 17b); prenda os grampos (ou feche o zíper, conforme o modelo), começando de baixo para cima, e feche o velcro (Figura 17c); por fim, puxe a gola para cima, ainda sem prender o velcro da gola (Figura 17d).

Figura 17 - Equipagem da capa de aproximação

(a) (b) (c)
É necessária a utilização da alça da capa de aproximação no dedo polegar (Figura 18). Isso garantirá que a manga da capa não subirá pelo antebraço, expondo-o à ação do calor e das chamas em um incêndio.

Figura 18 - Vista ampliada da alça da capa

Deve-se sempre utilizar a alça da capa de aproximação no dedo polegar!



4. Prepare o suporte do EPR com a base do cilindro voltada para si (Figura 19a); os tirantes de ombro e o da cintura (cinto) devem estar folgados e abertos; posicione-se, corretamente, para vestir o suporte com o cilindro, ou seja, com pelo menos um dos joelhos apoiado no chão (Figura 19b).

5. Vista o equipamento passando-o por sobre a cabeça; o redutor de pressão e o registro do cilindro devem ficar voltados para frente (Figura 19b); introduza os cotovelos nos tirantes do ombro, tendo o cuidado para que eles não fiquem torcidos; segure, ao mesmo tempo, as alças do suporte, lançando o equipamento para suas costas (Figura 19c).

 Figura 19 - Equipagem do EPR

6. Ajuste os tirantes dos ombros, puxando as pontas destes para trás (Figura 20a); não se deve puxar os tirantes para baixo nem para os lados, a fim de não danificá-los; ajuste o cinto e as sobras dos tirantes de ombro (Figura 20b); aproveite para liberar a gola da capa de aproximação e esconder as pontas dos tirantes, evitando que venham a se enganchar durante as atividades (Figura 20c).
 Figura 20 - Ajuste dos tirantes do EPR

7. Coloque a alça da máscara no pescoço (Figura 21a); ajuste a máscara no rosto, de maneira que fique bem encaixada, com o queixo apoiado dentro dela (Figura 21b); ajuste os tirantes de fixação da máscara, puxando-os para trás da cabeça com o cuidado e seguindo a seqüência: primeiro os tirantes inferiores (do pescoço), depois os medianos, das têmporas (Figura 21c), e terminando com o superior, da cabeça.

 Figura 21 - Colocação da máscara

A alça da máscara deve estar totalmente por dentro da roupa de aproximação (Figura 22).

 Figura 22 - Alças por dentro da roupa de aproximação

Se a máscara não estiver bem encaixada no rosto, a vedação será comprometida e a segurança do bombeiro estará em risco.


A seguir alguns cuidados que devem ser adotados ao utilizar a máscara do equipamento de proteção respiratória:

  Figura 23 – Forma correta de puxar os tirantes da máscara


Os tirantes devem ser puxados para trás e não para os lados.

Além de danificar o equipamento, o procedimento errado faz com que a vedação não seja perfeita.

 Figura 24 – Forma correta de colocar a máscara sobre uma superfície

Ao colocar a máscara sobre uma superfície, o visor deve estar voltado para cima. Dessa forma, evitam-se arranhões na lente que podem dificultar a visibilidade do bombeiro e diminuir a vida útil do equipamento.

8. Passe a abertura frontal da balaclava (do rosto) sobre o encaixe da válvula de demanda da máscara (Figura 25a); puxe a balaclava para trás, cobrindo a cabeça; ajuste-a de modo que o tecido não fique sobre o visor da máscara; esconda as extremidades da balaclava e a alça da máscara dentro da capa da roupa de aproximação (Figura 25b); feche a gola por cima destes e prenda o velcro (Figura 25c).

Figura 25 - Colocação da balaclava

É importante que esse procedimento seja observado pelo companheiro, com o objetivo de assegurar que a extremidade da balaclava e a alça da máscara estejam bem escondidas dentro da roupa. Da mesma forma, o fechamento com o velcro deve ser inspecionado, a fim de que o calor irradiado pelo incêndio ou material aquecido não adentre na roupa de aproximação por aberturas, ainda que mínimas, deixadas pelo bombeiro durante a equipagem. Por esse motivo e pelos riscos que as missões-fins oferecem, é imprescindível que os bombeiros trabalhem em dupla.

O bombeiro deve trabalhar sempre em dupla! Isso também vale para a equipagem do EPI.


9. Coloque o capacete de forma que a proteção da nuca fique voltada para fora (Figura 26a); ajuste-o na cabeça, puxando o tecido para baixo, de forma que cubra a nuca (Figura 26b);prenda-o pelo encaixe (Figura 26c); a alça deve permanecer  sob o queixo do bombeiro, entre o seu pescoço e a válvula de demanda do EPR.
 
 Figura 26 - Colocação do capacete

10. Com o cilindro ainda fechado, trave a válvula de demanda do EPR apertando o botão de bloqueio do fluxo de ar com o dedo polegar (Figura 27a); esse procedimento impedirá que o ar seja liberado antes que o bombeiro o esteja utilizando; abra o registro do cilindro (Figura 27b); certifique-se da quantidade de ar no cilindro pela indicação no manômetro (Figura 27c).



 Figura 27 – Bloqueio do fluxo de ar

Observe se a quantidade de ar disponível no cilindro é suficiente para realizar as ações de combate a incêndio com segurança e por quanto tempo.


11. Calce as luvas, ajustando o velcro e se certificando de que nenhuma parte da pele está exposta (Figura 28).

 Figura 28 - Colocação das luvas

12. Conecte a válvula de demanda na máscara. Por fim, conecte a válvula de demanda na máscara. É importante que o bombeiro faça esse procedimento em si mesmo e que seu companheiro faça a conferência, para assegurar que a conexão foi feita da forma correta.

 Figura 29 - Colocação da válvula de demanda em si próprio

A desconexão acidental desse dispositivo durante um combate a incêndio fará com que o bombeiro aspire fumaça e gases quentes e tóxicos, podendo até mesmo provocar pânico na tentativa de encaixá-la novamente na cena do sinistro. Conseqüentemente, essa possibilidade deve ser evitada ao máximo.

Caso isso aconteça, o bombeiro deverá, imediatamente, colocar o rosto junto ao solo e, calmamente, recolocar a válvula de demanda.

Em caso de pane que impossibilite a utilização do ar, o bombeiro deve desconectar a válvula de demanda e cobrir o local com a balaclava enquanto sai rapidamente do ambiente sinistrado.

A acoplagem da válvula deve ser feita próximo ao ambiente sinistrado. Em ambientes respiráveis, não há necessidade de se utilizar o ar do EPR.


Como os bombeiros devem sempre trabalhar em dupla, é função de um monitorar o outro:


1. Durante a equipagem:

• Se há tirantes ou pontas do EPR soltos.

• Se a balaclava está vestida corretamente.

• Se a gola da roupa de aproximação está posicionada  corretamente e devidamente fechada com o velcro.

• Se a válvula de demanda do EPR está conectada corretamente.


2. Durante toda a atividade:

• Se a reserva de ar do companheiro está em níveis aceitáveis para as ações de combate a incêndio e salvamento.

• Se o companheiro apresenta algum sinal de mal-estar.

 Figura 30 – Conferência da quantidade de ar

Não se esqueça de monitorar sempre a quantidade de ar do seu EPR e do seu companheiro antes e enquanto estiverem combatendo um incêndio.


Desequipagem

Ao retirar o equipamento de proteção individual de combate a incêndio, basta seguir a ordem inversa à equipagem, desde que sejam observados alguns cuidados:

1. Para desconectar a válvula de demanda:

• Localize a trava da válvula de demanda com uma das mãos e o botão de bloqueio do fluxo de ar com a outra (Figura 12).

• Nessa posição, pressione ambos, simultaneamente, ao mesmo tempo em que puxa a válvula de demanda, desconectando-a da máscara. Esse procedimento evita o desperdício de ar e previne acidentes pela desconexão da válvula de demanda (se esta for desconectada da máscara com o fluxo de ar aberto, a pressão do ar é suficiente para causar uma lesão no bombeiro por choque mecânico).

 Figura 31 - Retirada da válvula de demanda

2. Retire o capacete.

3. Para retirar a balaclava: puxe-a de trás para frente, nunca o inverso.

 Figura 32 - Retirada da balaclava


4. Para retirada do suporte com cilindro:

• Desconecte o cinto.

• Folgue os tirantes dos ombros.

• Libere um dos braços do tirante de ombro; enquanto um braço (ainda com o tirante) suporta o equipamento, o outro puxa o equipamento, segurando-o pela alça de transporte (Figura 33).

 Figura 33 - Retirada do suporte do cilindro

Posicione o conjunto de suporte do cilindro voltado para o solo.

Retire a alça da máscara panorâmica do pescoço e coloque-a ao solo, com o visor voltado para cima.

Não retire de imediato a capa de aproximação, faça a sua abertura e aguarde algum tempo para que seja realizado um balanceamento entre a temperatura ambiente e a interna na roupa.

Após retirar a capa, coloque-a aberta, expondo seu interior, para que ainda no local do evento possa receber uma ventilação.

Tenha cuidado ao retirar a calça, observe para não danificar os fechos de plástico do suspensório.

Descalce as botas e coloque-as para receber ventilação.

Somente acondicione os materiais de proteção, após serem revisados, manutenidos e estarem secos.


Esses cuidados farão com que os equipamentos de proteção estejam sempre em condições de uso.

A roupa de aproximação não deve ser colocada ao sol para secagem, pois pode fazer com que suas propriedades de proteção sejam diminuídas.

A Tabela 1 aponta as possíveis conseqüências aos bombeiros quando eles negligenciam o uso dos equipamentos de proteção individual.






13 comentários:

  1. Jonas Carvalho05 novembro, 2013

    AMIGO SOU BOMBEIRO CIVIL E SEMPRE PROCURO ESTÁ RECICLANDO OS MEUS CONHECIMENTOS, E SEU BLOG ACOMPANHADO DAS SUAS DICAS E ORIENTAÇÕES ESTÃO SENDO ESSENCIAIS PARA OS MEUS CONHECIMENTOS! MUITO OBRIGADO.

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  2. Bom dia Bravo!
    Jonas, fico feliz por estar atendendo expectativas. Digite sempre suas dúvidas no espaço PESQUISAR ARQUIVOS BO, e alimente seu saber, pois a maioria das postagens aqui expostas foram vivenciadas por mim.

    Abraços e felicidades no empenho diário. TKS, QRV...

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  3. Muito bom o conteúdo mim tirou varias duvidas.

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    1. Boa noite Flavio...
      Estou feliz por ter-lhe ajudado.
      Obrigado pela visita e abração à você e aos seus Familiares...

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    2. os conteúdos são maravilhosos acompanho sempre as suas publicações.

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    3. Boa noite Flavio...
      Obrigado pela perseguição...
      Abração à você e aos seus Familiares...

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  4. Boa Tarde!!!
    Precisava saber quais os componentes desta capa de aproximação...de que materiais ela é produzida...Estou quase formada em BC e preciso desta resposta para uma prova que farei semana que vem..O senhor pode me ajudar??

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  5. Boa Tarde!!!
    Precisava saber quais os componentes desta capa de aproximação...de que materiais ela é produzida...Estou quase formada em BC e preciso desta resposta para uma prova que farei semana que vem..O senhor pode me ajudar??

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    1. Bom dia Ilmara...
      Encontrei a resposta no rodapé desse endereço:
      http://www.lojasbaianas.com.br/roupa-para-bombeiro-master-a-lakelandqualytextil
      Se não satisfazer suas expectativas, volte a me acionar.
      Abração, bons estudos e seja bem vinda a essa formidável carreira de BCP...

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    2. Boa noite Ilmara...
      Avise seus amigos de sala que fiz nova postagem sobre o assunto...
      Veja em : http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/2016/07/roupa-para-bombeiro-master-lakeland.html
      Abração à todos e bons estudos...

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  6. Isso tbm já é o manuseio ?

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  7. Eu comecei a fazer o curso por agora !e eles me pediram um trabalho sobre utilização e manuseio isso aí já é os dois ou só a utilização?

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    1. Bom dia Adelina...
      Utilização, seria a vestimenta e o manuseio, seria a manipulação do equipamento, isso é, verificação do manômetro, abertura e fechamento do ar (na máscara) e etc..
      Portanto essa postagem dá detalhes do seu trabalho.
      Abração e obrigado pela visita...

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