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02 outubro 2012

Choques elétricos - Principais efeitos do choque elétrico ( Tetanização, Queimaduras, Complicações cárdio-respiratórias ) - Prevenção de choque elétrico durante o socorro - Principais condutas em caso de choque elétrico - Regra dos nove


Choques elétricos

Em quase toda edificação haverá a presença de energia elétrica.

Este tão importante elemento na vida do ser humano expõe o bombeiro e as vítimas ao risco de choque elétrico, podendo até levá-los a óbito, seja pelo contato direto com materiais energizados (fios, equipamentos eletro-eletrônicos, etc.), seja pela condução elétrica, quando se está combatendo o incêndio com água ou espuma, uma vez que ambas conduzem eletricidade.

Para ressaltar a importância da proteção do bombeiro contra choques elétricos é preciso expor, brevemente, os perigos da eletricidade.

Todas as atividades biológicas do corpo são estimuladas ou controladas por impulsos de corrente elétrica. Se essa corrente fisiológica interna somar-se a uma outra corrente de origem externa, devido a um contato elétrico, ocorrerá no organismo uma alteração das funções vitais normais que pode levar o indivíduo à morte.


Principais efeitos do choque elétrico
Os principais efeitos que uma corrente elétrica externa produz no corpo humano são: tetanização, queimadura e complicações cárdiorespiratórias.


Tetanização
Tetanização é a paralisia muscular provocada pela circulação de corrente através dos nervos que controlam os músculos. As freqüências usuais de 50 e 60 Hz são suficientes para causar uma tetanização completa.

A corrente supera os impulsos elétricos que são enviados pela mente e os anula, podendo bloquear um membro ou o corpo inteiro. De nada vale, nesses casos, a consciência do indivíduo e a sua vontade de interromper o contato.

Com uma intensidade de corrente de 20 a 500 mA ocorre a paralisia estendida entre os músculos do tórax, com sensação de falta de ar e tontura, com possibilidades de fibrilação ventricular.

Uma pessoa em contato com uma peça sob tensão pode ficar “grudada” a ela no período em que durar a diferença de potencial, a qual, dependendo da duração, pode levar à inconsciência e até à morte.

O limite de largar é o valor máximo de corrente que uma pessoa, tendo à mão um objeto energizado, pode ainda largá-lo.

Estudos mostram que para essa grandeza, em corrente alternada de 50 a 60 Hz, os valores se situam entre 6 e 14 mA em mulheres (média de 10 mA) e entre 9 e 23 mA em homens (média de 16 mA). Em corrente contínua, foram encontrados os valores médios de 51 mA em mulheres e 76 mA em homens.

Correntes inferiores ao limite de largar, mesmo as mais baixas, muito embora não produzam alterações graves no organismo, podem dar origem a contrações musculares violentas e, indiretamente, causar acidentes como quedas, ferimentos causados por partes móveis de máquinas ou movimentos bruscos, que levam a outros riscos.

Correntes superiores ao limite de largar, mas com pouca intensidade, podem causar uma parada respiratória se a corrente for de longa duração. Essas correntes produzem sinais de asfixia, graças à contração de músculos ligados à respiração e/ou à paralisia dos centros nervosos que comandam a função respiratória. Se a corrente permanece, a pessoa perde a consciência e morre por asfixia.

A tabela abaixo apresenta uma relação entre a quantidade de corrente recebida e a reação, quando uma corrente flui da mão ao pé por apenas um segundo.



Queimaduras
A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano é acompanhada do desenvolvimento de calor, por efeito Joule, podendo  produzir queimaduras.

Quanto maior a intensidade de corrente e mais longo o tempo pelo qual a corrente permanece, mais graves são as queimaduras produzidas. Além disso, as queimaduras são mais intensas nos pontos de entrada e saída da corrente elétrica pelo corpo.

Nas altas tensões, o calor produz a destruição de tecidos superficiais e profundos, bem como o rompimento de artérias com conseqüente hemorragia e destruição dos centros nervosos.

As queimaduras produzidas por correntes elétricas são internas, profundas e de difícil cura. Cabe destacar que, apesar da pele aparentemente normal, os músculos podem apresentar necrose profunda.


Complicações cardiorespiratórias
O coração é controlado por impulsos elétricos. No entanto, se à atividade elétrica fisiológica normal acrescenta-se uma corrente elétrica de origem externa e, muitas vezes, maior que a corrente biológica, é fácil  imaginar o que sucede com o equilíbrio elétrico do corpo.

As fibras do coração passam a receber sinais elétricos excessivos e irregulares e as fibras ventriculares ficam super estimuladas de maneira caótica e passam a contrair-se desordenadamente (uma independente da outra), de modo que o coração não possa mais exercer sua função de
bombeamento do sangue.

É a fibrilação ventricular a responsável por muitas mortes decorrentes de acidentes elétricos, na qual as fibras musculares do ventrículo vibram desordenadamente, estagnando o sangue dentro do coração. Dessa maneira, não há irrigação sanguínea pelo corpo, a pressão arterial cai a zero e a pessoa desmaia, em estado de morte aparente.

A fibrilação ventricular é acompanhada de parada respiratória da vítima. O período vulnerável corresponde a uma parte relativamente pequena do ciclo cardíaco (10 a 20%).


Prevenção de choque elétrico durante o socorro
É comum que incêndios danifiquem a fiação, deixando fios elétricos expostos que podem causar acidentes ou servir de fonte de ignição para novos focos. Sempre que possível, a eletricidade da edificação deve ser desligada. E deve-se evitar, sempre, tocar ou encostar na fiação.

O desligamento da energia elétrica deve levar em conta as demais circunstâncias do evento, como a necessidade de se retirar as vítimas pelos elevadores ou o caso de incêndios em edificações hospitalares, com equipamentos que não podem ser desligados.

Quando tomada a decisão de manter a energia elétrica ligada, é imprescindível que todos os bombeiros estejam cientes disso e os benefícios superem os riscos. Um croqui e a designação de chefes por área ajudam a organizar os esforços de combate.

Normalmente, quando o incêndio se relaciona com fenômenos termoelétricos, os disjuntores desarmam-se automaticamente. Porém, isso não é garantia de que a energia esteja desligada.

Sempre que for necessário lidar com eletricidade, deve-se utilizar luvas de proteção específicas e outros materiais isolantes.


Principais condutas em caso de choque elétrico

Interromper, imediatamente, o contato da vítima com a corrente elétrica, desligando a eletricidade na chave específica da área ou na chave geral do local.

Não encostar na vítima, se não conseguir desligar a corrente elétrica.

Afastar a vítima do contato com a eletricidade, utilizando material isolante, seco, como borracha, madeira ou plásticos.

Realizar reanimação cardiopulmonar se necessário e  remover a vítima para um hospital, mantendo a observação de seus sinais vitais (respiração e batimentos cardíacos).





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