31 outubro 2012

Nós para confecção de alças empregados nas amarrações


Nós para confecção de alças empregados nas amarrações



São os nós básicos destinados à formação de alças, as quais servem e funcionam como desvio e multiplicadores de força, amenizando o esforço realizado pela equipe, na armação de um cabo de sustentação. Os nós mais utilizados são os seguintes:

- de azelha;

- de borboleta;

- oito, volta do fiador ou nove;

- sete e oito direcionados.



Métodos empregados para dar tensão de cordas - Manuais - Mecânicos - Emprego de viaturas


Métodos empregados para dar tensão de cordas


Métodos manuais.



 Figuras 64 e 65: peça oito e mosquetão.


São os processos montados por meio de materiais, equipamentos e viaturas, para tencionar uma corda, a qual classificamos de cabo de sustentação. Esses métodos são:

Métodos manuais: são os mais eficientes e seguros a serem realizados dentro de uma operação.

Métodos mecânicos (figura 66): são aqueles que empregam materiais que contenham engrenagens como o tifor e viaturas.






Métodos com o emprego de viaturas: nos métodos mecânicos e nos métodos por meio de viaturas, terão de ser empregados materiais que possibilitem medir a força aplicada na tração. São os métodos que mais oferecem riscos às atividades de tensionamento de cordas (figura 67).



Formas para se dar tensão em cordas

São diversas as formas empregadas para tencionar uma corda, em qualquer plano onde ela for empregada. Logicamente, existem várias técnicas que são úteis para tal objetivo, porém elas não são convencionais.


As técnicas mais conhecidas são as empregadas com:

- nó paulista e sem o uso de materiais;

- nó paulista e com o uso de materiais;

- mosquetão;

- grampos com manilha;

- peça oito;

- mosquetão e grampos com manilha;

- mosquetão e roldanas;

- mosquetão junto com a peça oito;

- blocantes.



Pontos de fixação de cabos - Materiais empregados - Formas de fixação ou manobras de ancoragem


Pontos de fixação de cabos

Podemos classificar esses pontos como sendo principal e secundário, devendo ainda ser observado que o de menor resistência será sempre o principal e o de maior resistência será chamado de secundário, funcionando como uma ancoragem reserva. Na maioria dos pontos que encontramos, o principal, já é suficientemente resistente para servir como base para amarrações diversas, contudo, também encontramos pontos que podemos classificar como sendo duvidosos e, nesse caso, obrigatoriamente, devemos fazer uso de um segundo ponto, para atuar como segurança da operação.

Às vezes, temos de improvisar muitos desses pontos de infinitas maneiras, sendo que essa ação vai depender, exclusivamente, do tipo de estrutura que podemos encontrar pela frente, tais como:

1) estruturas da própria edificação;

2) meios naturais que encontramos próximos às edificações;

3) viaturas e automóveis presentes no local;

4) meios de fortuna que conseguimos no local.


Observação: veja mais detalhes no capítulo 19 que trata das ancoragens.


Materiais empregados nos pontos de fixação

São todos os materiais que podem ser adequados para servir como base, devendo ser usados de acordo com as necessidades da operação. Normalmente, são utilizados:

- cabos solteiros de tamanhos variados;

- cabos e lingas de aço;

- fitas “expressas” e tubulares;

- correntes com elos metálicos;

- grampos com manilha;

- peças oito;

- mosquetão com trava;

- roldanas;

- lonas;

- aparelho gri gri;

- aparelhos blocantes.


Materiais empregados nos pontos de fixação

São praticamente todos os nós que atuam, diretamente, nos pontos de fixação, servindo como base principal de uma ancoragem, tais como:

- nó volta do fiel;

- nó balso do calafate;

- nó direito;

- nó oito;

- nó nove;

- nó d’água ou nó de fita;

- nó de botão simples;

- nó de botão duplo;

- nó de correr;

- nó de meia volta, com volta do fiel.

Observação: esses nós são encontrados no Manual Profissional de Entrelaçamentos.


Formas de fixação ou manobras de ancoragem

A forma de conduzir uma manobra de ancoragem é desenvolvida em razão dos materiais disponíveis e do local para a realização dessa atividade, podendo ser, por meio de:

- lingas com fitas, envolvendo o local (figura 57);



- lingas confeccionadas em cordas diversas no ponto de fixação (figura 58);



- correntes, envolvendo o local;

- confecção de nós diretos nos pontos de fixação.



- fitas tubulares e/ou costuradas, envolvendo o local. (figuras 57 e 60).






30 outubro 2012

Pontos de ancoragens - Naturais - estruturais - Artificiais - Meio de fortuna


Pontos de ancoragens

Os pontos de ancoragem são as bases empregadas para qualquer amarração, na verdade, são chamadas de ancoragens as manobras realizadas com cordas ou fitas.



Esses pontos devem apresentar características que os tornem eficientes para qualquer manobra executada pelo profissional, principalmente, no que diz respeito à segurança.

Na verdade, são variados os meios para servirem de base para as diversas amarrações. Esses pontos podem ser encontrados no local, tanto em proporções ideais, como também de forma desproporcional, sendo ainda qualificados de diversas formas, tais como:

Naturais: são aqueles que classificamos como vindos da própria natureza, mas que também podem ser encontrados no meio urbano e rural. Podemos citar como exemplos de ancoragens desse tipo: árvores, pedras e raízes, etc. (figuras 49 e 50).



Estruturais: são aqueles que classificamos como arquitetados, construídos e/ou habitados pelo homem. Encontramos essas estruturas no meio urbano, fazendo parte das edificações (figuras 51 e 52).



Artificiais: são aqueles que implantamos no local da atividade.

São assim classificados por serem os únicos meios desenvolvidos com a finalidade exclusiva de servirem como pontos para ancoragens. Eles podem ser chamados ainda de fixos e móveis (figuras 53, 54 e 55).



Meios de fortuna: na realidade, nenhum dos pontos, tanto entre os naturais e os estruturais, são pontos de ancoragens propriamente ditos, pois não foram criados para tal atividade, portanto, como eles já existem no local e podem servir como base para ancoragens, são utilizados para essa finalidade. Podem ser classificados como sendo um meio de fortuna. Existem outros materiais aos quais damos essa denominação, tais como: armários, mesas, sofás, camas, etc. (figura 56).






CAPÍTULO 3 - Armações básicas dos cabos de sustentação - Armação no plano vertical / horizontal / inclinado - Desenvolvimento das operações na armação de cabos de sustentação nos diversos planos - Ações do Chefe de guarnição e os Auxiliares n°. 1, 2. 3 e 4


 Armações básicas dos cabos de sustentação

Os cabos de sustentação são importantes, pois são eles que darão segurança às atividades de resgate que utilizam os meios aéreos para alcançarem as vítimas, por isso, durante a escolha dos pontos para se executar a amarração, devem ser observados os seguintes aspectos:

1) se os pontos oferecem segurança e permitem a boa execução da atividade;

2) se o local não oferece riscos às vítimas, aos bombeiros e as cordas (chamas, calor, fumaça, rede elétrica, etc.);

3) nos pontos que possuem arestas ou partes cortantes (no caso de não ser possível utilizar um ponto sem essas características), deve ser feita a proteção da corda que estiver em contato com o ponto, por meio do uso de pedaços de lonas ou outros materiais adequados para esse fim;

4) não existindo pontos para executar a amarração, o executante deverá improvisá-los, fazendo uso de armários, mesas, alavancas, canos, estacas, etc. os quais serão empregados como pontos para a execução da amarração.

Os sistemas usados para os trabalhos em altura devem, sempre que possível, ficar num nível mais elevado que o do piso em que se vão trabalhar os sistemas, para facilitar o acesso. Preferencialmente, devem se situar na altura da cintura, podendo permanecer numa altura elevada, dependendo do caso.

As cordas utilizadas na armação devem ser adequadas e específicas para a atividade, estando em perfeitas condições. Deve-se, ainda, usar nós convenientes à operação, não podendo esquecer de seus arremates de segurança, bem como de escolher sempre o melhor ponto de fixação para a atividade que irá realizar.

Quando for realizado o emprego de cordas duplas ou dobradas, ambas devem possuir o mesmo estado de conservação, para evitar a diferença de comprimento entre elas, após a tração.


Armação no plano vertical

A armação do sistema pode ser realizada com duas cordas (duplas ou dobradas) ou com uma corda apenas, contudo o(s) chicote(s) da(s) corda(s) armada(s) deve(m) ficar, no máximo, a 0,5 m do solo podendo esta(s) ter(em) uma sobra de, no máximo, 2,0 m.  figuras 42, 43 e 44).




Armação no plano horizontal

A armação desse sistema é realizada sempre com duas cordas (duplas ou dobradas), sendo necessário aplicar uma tração adequada para mantê-las sob tensão (esticadas na horizontal) em função da atividade que irá ser realizada (figuras 45 e 46).


Figuras 45 e 46, respectivamente: modelos de armações no plano horizontal.


Armação no plano inclinado

O sistema empregado é, basicamente, o mesmo utilizado no plano horizontal, contudo, os pontos de fixação estão em planos diferentes.

É interessante observar que a corda de sustentação no plano inclinado, quando for armada com declive elevado (com ângulo superior a 35º), implicará, obrigatoriamente, na realização do freio na parte superior da armação. As inclinações mais favoráveis para esse sistema são as que apresentam angulações entre 25º e 30º, sendo que, nessa última, poderá ser observado um aumento de velocidade durante o percurso de descida.




Desenvolvimento das operações na armação de cabos de sustentação nos diversos planos


Armação de um cabo de sustentação no plano horizontal

Uma guarnição composta de Chefe de guarnição, Auxiliar n.º 1, Auxiliar n.º 2, Auxiliar n.º 3 e Auxiliar n.º 4 precisa ter definido as atribuições de cada integrante, para que a operação ganhe rapidez e eficiência. Dessa forma, o mínimo exigido para cada um dos componentes será especificado a seguir:


Chefe de guarnição:

- comanda e coordena a operação;

- transporta dois cabos solteiros de 4,5 metros, bem como os materiais a serem empregados no sistema de auxílio à tensão a ser implementada, tais como: rachis, grampos com manilhas, aparelho oito e mosquetões etc;

- coloca os grampos com manilhas e/ou mosquetões no sistema de tração;

- transporta os outros materiais exigidos para dar tensão de acordo com a técnica a ser empregada.


Auxiliar nº. 1:

- transporta as cordas que serão utilizadas no içamento;

- fixa temporariamente essas cordas, devendo usar o nó oito, volta do fiador ou a volta da ribeira;

- lança a corda de içamento para o solo, devendo observar o uso correto da técnica de lançamento;

- recolhe a corda de içamento, sendo essa ação executada após o nº. 2 ter realizado a união das cordas de sustentação com a de içamento, por meio do nó escolta simples ou dobrado;

- auxilia, também, na tração dos cabos de sustentação.


Auxiliar nº. 2:

- confecciona o nó para a união da corda de içamento com as de sustentação;

- confecciona o nó balso do calafate, o qual é feito no local determinado pelo chefe de guarnição- auxilia, também, a tração dos cabos de sustentação.


Auxiliar n.º 3:

- transporta uma corda de 50 ou 100 metros até o local em que o cabo de sustentação será fixado;

- fixa temporariamente essa corda, com o nó oito, volta do fiador ou com o nó volta da ribeira;

- safa (método de desenrolar) e lança a corda citada acima, para o solo;

- fixa definitivamente o cabo de sustentação, de acordo com o nó adequado (normalmente o nó volta do fiel) no ponto destinado à ancoragem;

- confecciona o nó formador de alça, que servirá de base para o desvio da força que dá tensão nas cordas (o nó deve ser o mais conveniente para o local);

- auxilia a tração dada ao cabo de sustentação.


Auxiliar nº. 4:

- transporta uma corda de 50 ou de 100 metros até o local em que o cabo de sustentação será fixado;

- fixa, temporariamente, essa corda, com o nó oito, volta do fiador ou com o nó volta da ribeira;

- safa (desenrola) e lança a corda citada acima para o solo;

- fixam, em definitivo, os cabos de sustentação de acordo com o nó adequado (normalmente é o nó volta do fiel), no ponto destinado à ancoragem;

- auxilia a tração dos cabos de sustentação;

- confecciona o nó para a fixação final das amarrações no ponto destinado à ancoragem.


Armação de um cabo de sustentação no plano horizontal com emprego de retinida

O uso de retina nas operações precisa de atenção redobrada, uma vez que se é possível ferir a vítima que se encontra em cima da edificação. Uma maneira de reduzir o perigo da atividade é estabelecer atribuições aos componentes da guarnição, as quais serão especificadas abaixo:


Chefe de guarnição:

- comanda e coordena a operação;

- transporta dois cabos solteiros de 4,5 m, bem como os demais materiais empregados no sistema de auxílio à tensão a ser implementada, tais como: rachi, grampos com manilhas, aparelho oito, mosquetões etc.;

- coloca os grampos com manilhas e/ou os mosquetões;

- leva os outros materiais exigidos para dar tensão de acordo com a técnica a ser empregada;

- confecciona o nó para a união da retinida com a corda principal;

- orienta a vítima quanto aos meios e métodos que deve proceder na fixação da corda.


Auxiliar nº. 1:

- confecciona uma cadeira japonesa;

- realiza a transposição, pelo cabo de sustentação simples, até o local onde será realizada a sua fixação, permitindo a sua armação, para isso ele irá levar a extremidade de outra corda que comporá o cabo de sustentação duplo;

- fixa, temporariamente, as cordas com o nó oito, volta do fiador ou volta da ribeira;

- recolhe as cordas, conforme a solicitação do chefe;

- fixa, em definitivo, o cabo de sustentação.


Auxiliar nº. 2:

- transporta a retinida;

- safa a retinida, preparando-a para o lançamento;

- lança a retinida até o local desejado (onde se encontra a vítima);

- confecciona o nó para o desvio da força que dá tensão nas cordas;

- auxilia na tração do cabo de sustentação.


Auxiliar nº. 3:

- transporta uma das cordas de 50 ou de 100 metros;

- safa a corda citada acima;

- fixa, temporariamente, a corda;

- confecciona o balso do calafate no ponto de ancoragem, de acordo com a determinação do chefe; e - auxilia na tração do cabo de sustentação.


Auxiliar nº. 4:

- transporta uma corda de 50 ou de 100 metros;

- safa uma das cordas acima citadas;
- fixa, temporariamente, a corda;

- auxilia na tração do cabo de sustentação;

- no ponto de ancoragem, realiza o nó final para fixação das amarrações.


Armação de um cabo de sustentação no plano inclinado

Na armação de cordas para a montagem de um cabo de sustentação no plano inclinado, o chefe de guarnição deve observar, primeiramente, as condições do local e, em seguida, analisar a distância entre as edificações, bem como a altura, o grau de inclinação e as técnicas de evacuação que deverão ser empregadas.

Diante dessas informações, a operação desenvolver-se-á de acordo com as seguintes atribuições dos componentes da guarnição:


Chefe de guarnição:

- comanda e coordena toda a operação;

- transporta dois cabos solteiros, bem como os demais materiais que serão empregados na técnica que será utilizada para dar tensão ao sistema;

- confecciona um nó formador de alça, que será empregado no processo de tração;

- coloca os grampos com manilha e/ou mosquetões nas alças do sistema de tração.


Auxiliar nº. 1:

- transporta uma corda que será usada no içamento dos cabos;

- fixa, temporariamente, a corda citada acima;

- lança essa corda para o solo;

- iça a corda após o nº. 2 ter realizado a união delas com as cordas que precisam ser içadas;

- auxilia na tração das cordas do cabo de sustentação.


Auxiliar nº. 2:

- confecciona a união da corda de içamento com as cordas que vão ser usadas como cabos de sustentação;

- realiza o nó balso do calafate no local da ancoragem principal;

- auxilia na tração do cabo de sustentação.


Auxiliar nº. 3:

- transporta uma corda de 50 ou de 100 metros até o seu local de fixação;

- fixa, temporariamente, a corda, utilizando o nó volta do fiador ou volta da ribeira;

- safa e lança a corda citada anteriormente;

- recolhe a corda fixando-a de acordo com a orientação do chefe;

- auxilia a tração das cordas que servirão como cabo de sustentação.


Auxiliar nº. 4:

- transporta uma corda de 50 ou de 100 metros até o seu local de fixação;

- fixa, temporariamente, a corda por meio do nó volta do fiador ou volta da ribeira;

- safa e lança a corda anteriormente citada;

- recolhe a corda fixando-a, de acordo com a orientação do chefe;

- auxilia na tração das cordas que servirão como cabo de sustentação.



Métodos mais comuns de enrolar cordas - Oito - Anel ou coroa - Andino - Charuto - Corrente simples e dupla - Sacola


Métodos mais comuns de enrolar cordas

Os métodos apresentados são os mais conhecidos e aplicados nas ações de enrolar cordas.

1) Oito: método empregado para as cordas mais rígidas. (figuras 31 e 32).



2) Anel ou coroa: método usado em cordas mais flexíveis
(figuras 33, 34 e 40).



3) Andino: método usado para as cordas mais flexíveis. (figura35).

4) Charuto: aplicado em as cordas mais flexíveis (figura 36).



5) Corrente simples e dupla: método empregado para diminuir o comprimento das cordas (figuras 37, 38, 39 e 40).



6) Sacola: utilizado para acomodar as cordas que são usadas nas atividades com o emprego de aeronaves ou em atividades realizadas em vãos livres (figura 41).





Utilização, manutenção, cuidados e como avaliar a vida útil de uma corda - Situações em que as cordas deverão ser postas fora do serviço ou de atividade - Recomendações e Curiosidades

Manutenção e vida útil de uma corda

A manutenção e vida útil de uma corda dependem:

1) da freqüência de utilização;

2) da forma de emprego (rapel, escaladas, espéleo, sob tensão, etc.);

3) da sua manutenção adequada;

4) do excesso de trabalhos mecânicos;

5) dos processos de abrasão sofridos por ela;

6) da quantidade de raios ultravioletas e umidade que ela absorve, tendo em vista que eles degradam, pouco a pouco, as propriedades da corda.

As cordas podem sofrer danos irreparáveis durante sua primeira utilização, de acordo com os trabalhos executados.


Como avaliar a vida útil de uma corda

As formas de avaliação de uma corda são inúmeras, dentre elas algumas são de suma importância para definir a sua capacidade de utilização, bem como o tempo destinado para o emprego das cordas.

Uso intensivo..................... de 3 meses a 1 ano.

Uso semanal...................... de 2 a 3 anos.

Uso ocasional..................... de 4 a 5 anos.


Deverá ser sempre observada a sua operacionalidade, tais como o uso em: meio líquido, atividades de incêndio, buscas, trações e tensões, içamentos diversos e até mesmo as formas em que elas são empregadas nas atividades de rapel.


Situações em que as cordas deverão ser postas fora do serviço ou de atividade

Existem determinadas situações que levam a corda a ser inutilizada para a atividade de salvamento, pois sua permanência em atividades implica em risco à vida do bombeiro e ao salvamento. Entre as mais importantes, temos aquelas em que a corda:

1) tiverem suportado uma carga ou impacto violento ou uma sobrecarga (força superior a carga de trabalho);

2) aparentarem a alma danificada. Essa observação é feita durante a inspeção da corda. Nesse caso, corta-se a corda.

3) apresentarem grande desgaste na capa;

4) tiverem contato com reagentes químicos.


Durante a utilização, manutenção e cuidados, evita-se:

- a fricção da corda com quinas (cantos com ângulos) vivas e com outras cordas.

- pisar nas cordas ou arrastá-las (figura 26).



- o contato da corda com areia, terra, óleo, graxa, água suja etc.(figura 27).



- que a corda fique sob tensão por muito tempo ou desnecessariamente.

- que a corda fique exposta às intempéries por muito tempo (figura 29).



- enrolar e guardá-las molhadas;

- utilizar cordas coçadas (figura 30)



- que as cordas sofram fortes impactos contra o solo (alturas elevadas danificam as suas fibras).

- choques violentos como atrito, sobrecarga, etc. (figura 26).


Durante a utilização, manutenção e cuidados, deve-se:

- enrolar e acomodar as cordas corretamente e em local adequado;

- sempre falcear os chicotes;

- sempre identificar o comprimento da corda nos seus chicotes;

- secar sempre à sombra e sem tração (as que são feitas de fibras vegetais diminuem em até 10% seu comprimento);

- respeitar sempre a carga de trabalho da corda;

- sempre que for utilizar a corda, verificar se há coças;

- guardar as cordas em local fresco e ventilado, longe de lugares úmidos e livres da ação de roedores;

- cortar a corda quando apresentar avaria (retirando a parte danificada) remarcando o seu comprimento;

- utilizar nós adequados à atividade.


Outras recomendações:

Independente das circunstâncias, a vida útil de uma corda jamais deverá exceder a 5 anos. Deve ser visto também que o período de armazenamento, bem como o de uso, quando acumulados, jamais deverão exceder a 10 anos.

Antes da primeira utilização, a corda deverá ser mergulhada em água, ficando nessa situação por um período de 24h e, após esse tempo, deverá ser posta para secar a sombra, por um período mínimo de 72h.

As cordas, depois de secas, normalmente encolhem cerca de 5%, devendo o usuário ter consciência dessa perda de comprimento a qual será recuperada aos poucos, à medida que a corda for utilizada ou submetida a cargas.

Se a corda estiver completamente suja, ela poderá ser lavada em água fresca e limpa e, se necessário, poderá ser adicionado sabão neutro a água podendo ainda ser usada uma escova de fibras sintéticas para auxiliar na limpeza (lavador de cordas).

É sempre recomendado o uso de uma sacola para transportar a corda, a fim de protegê-la de sujeiras e minimizar a sua torção.


Curiosidades

Quando temos duas cordas sobrepostas, estando uma correndo em velocidade diferente da outra e ambas estando em um só gorne ou conector (mosquetão), o contato delas acaba gerando calor e poderá ocorrer o rompimento da corda que está correndo em menor velocidade.


Com relação às atividades de rapel e tirolesas:

• descidas muito rápidas podem queimar as fibras da corda e elas, por sua vez, poderão acelerar o desgaste da capa (bainha).

• conforme as cordas vão sendo utilizadas nessas atividades, ocorrerá o rompimento das fibras sintéticas, logo, de acordo com a quantidade de descidas realizadas, as fibras que são derretidas pela ação do calor (provocado pelo atrito) vão se cristalizando com as outras fibras tornando a corda cada vez mais rígida.


A fusão da poliamida ocorre aproximadamente a 230ºC e essa temperatura pode ser atingida (nas atividades de rapel) durante as descidas muito rápidas.


O que acontece com os materiais?

As cordas superaquecem, ocorrendo o rompimento e a cristalização das fibras; as luvas não resistirão ao atrito, ocorrendo a queima do couro, provocando queimaduras até de 3.º grau nas mãos do operador.
  
A temperatura de uso e de armazenamento de uma corda jamais poderá ultrapassar 80ºC.

• cordas molhadas (completamente encharcadas) dificultam as operações de resgate.

• todo sistema de segurança deverá, obrigatoriamente, ter um ponto de ancoragem confiável, o qual poderá ser realizado na mesma altura ou acima do usuário. Toda e qualquer folga, entre a corda e o usuário, deverá ser observada e evitada.

• se durante a prática de trabalhos com cordas, tanto em atividades em alturas quanto na fixação de cordas para o auxílio ao resgate, ou mesmo atuando como segurança, o usuário estiver numa situação na qual precise efetuar uma escalada livre, será necessário o emprego de cordas dinâmicas, conforme a norma (EM n.º 892) a qual prescreve que cordas com baixa elasticidade (baixo alongamento), jamais poderão ser usadas em situações nas quais possam acontecer quedas maiores que as de fator 1.

Todos os elementos dos sistemas de segurança, bem como os materiais que eles empregam, tais como: cintos de segurança, mosquetões, fitas, pontos de ancoragem, aparelhos de descida e ascensão, cordas diversas, etc., devem, obrigatoriamente, estar de acordo com as normas que regulam a sua confecção (NE, CE, DIN, NFPA, UIAA, etc.) devendo, ainda, serem utilizados por operadores que tenham total conhecimento de suas limitações tanto nas diferentes fases do trabalho quanto nos mais atualizados sistemas ou procedimentos de segurança.